Esquerda e direita. Artigo de Gianfranco Ravasi

Mais Lidos

  • O economista Branko Milanovic é um dos críticos mais incisivos da desigualdade global. Ele conversou com Jacobin sobre como o declínio da globalização neoliberal está exacerbando suas tendências mais destrutivas

    “Quando o neoliberalismo entra em colapso, destrói mais ainda”. Entrevista com Branko Milanovic

    LER MAIS
  • Abin aponta Terceiro Comando Puro, facção com símbolos evangélicos, como terceira força do crime no país

    LER MAIS
  • A farsa democrática. Artigo de Frei Betto

    LER MAIS

Assine a Newsletter

Receba as notícias e atualizações do Instituto Humanitas Unisinos – IHU em primeira mão. Junte-se a nós!

Conheça nossa Política de Privacidade.

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

12 Julho 2016

"O funeral das ideologias não apenas varreu – beneficamente – os dogmatismos, as histerias teóricas, os sistemas cristalizados. Também simplificou o pensamento, banalizou a projetualidade, zombou dos ideais, apagou a dialética, reduziu o debate ou a vazio ou a confronto."

A opinião é do cardeal italiano Gianfranco Ravasi, presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, em artigo publicado no jornal Il Sole 24 Ore, 10-07-2016. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o texto.

"Estranha época – dirão os historiadores do futuro sobre nós – aquela em que a esquerda não era esquerda, a direita não era direita, e o centro não estava no meio."

Lembro-me dele nos anos 1960, como ministro da Cultura com o retorno de De Gaulle ao poder. André Malraux, porém, tinha sobre as costas uma vida turbulenta como escritor, arqueólogo, crítico, viajador, combatente, aventureiro. Nascido incendiário, morreu bombeiro, ao menos em nível político. E, sobre a política, escreveu coisas como a citada acima, que pareceria o comentário de um notista parlamentar dos nossos dias (e, ao contrário, Malraux morreu em 1976).

O funeral das ideologias não apenas varreu – beneficamente – os dogmatismos, as histerias teóricas, os sistemas cristalizados. Também simplificou o pensamento, banalizou a projetualidade, zombou dos ideais, apagou a dialética, reduziu o debate ou a vazio ou a confronto.

Por isso, talvez seja necessário retornar à distinção, à doutrina, à gama das cores, abandonando o cinza monocromático.