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O futuro da Europa e a riqueza das diferenças. Artigo de Alberto Melloni

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10 Mai 2016

O papa não europeu pede que a Europa se liberte da dicotomia entre crentes e não crentes, e passe para a dicotomia entre "ponteadores" e "muradores", entre confiantes e indiferentes, da qual depende o destino desta utopia-Europa e a paz que aqueles que a habitam poderão ou desfrutar ainda por um pouco ou lamentar longamente.

A opinião é do historiador italiano Alberto Melloni, professor da Universidade de Modena-Reggio Emilia e diretor da Fundação de Ciências Religiosas João XXIII, de Bolonha. O artigo foi publicado no jornal La Repubblica, 07-05-2016. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o texto.

O Papa Francisco, alérgico às formalidades, aceitou na sexta-feira passada, 6 de maio, o Prêmio Carlos Magno. Mais do que um prêmio, era um apelo. A desorientação intelectual do continente europeu foi pedir a Bergoglio para ser sacudida: e recebeu o que buscava. Em um discurso, como sempre, denso de referências teológicas implícitas e marcado por um final severamente profético: "Sonho com uma Europa da qual não se possa dizer que o seu empenho pelos direitos humanos foi a sua última utopia".

Nascido em 1949, em Aachen, o Prêmio Carlos Magno expressa um europeísmo ocidentalista, atlântico, anticomunista, segundo aquela que era a cultura política de um industrial, opositor das leis racistas, como Kurt Pfeiffer. Mas, naquele europeísmo, que falava em alemão e pensava em católico, perseguindo a utopia de uma Europa cristã, foi gerada uma Europa de paz, da qual o prêmio seguiu os movimentos. O Carlo Magno foi atribuído a várias figuras políticas, ora políticas, ora espirituais, como o Irmão Roger de Taizé ou João Paulo II, que tinham dado uma contribuição efetiva à construção europeia.

Francisco não o podia receber no mesmo título. O seu europeísmo não pensa política e culturalmente em termos de Leste-Oeste. Nessa linha, ele vê correr outra reivindicação, a ecumênica: que coloca diante da Igreja latina (católicos, luteranos etc.) e à Igreja do Oriente (gregos, russos etc.) o escândalo da divisão e da vocação à unidade.

Ele repetiu isso na sexta-feira, pondo o ecumenismo como "sinal dos tempos" e citando as lições sobre a "ideia de Europa" como terra de diversidade, lidas à rádio alemã depois da Segunda Guerra Mundial por um dos maiores teólogos do século XX, ao qual ele faz referência frequente, Erich Przywara.

E a partir daí Francisco tirou a ideia de que todas e só as diferenças integradas culturalmente são a riqueza europeia, lida ao longo de um eixo Norte-Sul, alto-baixo, lucro-justiça, liquidez-socialidade, inquietante em relação aos jograis do crescimento, do rigor e da inovação.

Nessa sexta-feira, o papa inverteu o princípio-guia do europeísmo wojtyliano: nunca citou as "raízes cristãs" (ou judaico-cristãs, como dizia o refrão, inconsciente de que, naquela absorção, está a semente do antissemitismo), lembradas como matriz de coisas maravilhosas e esquecendo-se das suas atrocidades.

Em vez disso, ele citou a "raízes" plurais de uma Europa dos direitos humanos, que o evangelho (o evangelho!) pode "regar", trazendo os frutos de paz e de justiça que os cristãos produzem apenas na sua fidelidade ao próprio evangelho.

No lugar da brecha dos séculos XVIII-XIX entre crentes e não crentes, ele coloca a brecha entre pluralistas e indiferentes: assim, põe para fora do jogo o secularismo low-cost que empobreceu a Europa, pensando que são líderes religiosos gentis e não cabeças pensantes que alimentam a cultura do diálogo. Ele não pediu, por isso, uma hora de religião nas escolas, mas uma hora de "cultura do diálogo", que transtorna o laicismo fóbico e o clericalismo esperto.

Enquanto o analfabetismo religioso fertiliza os fundamentalismos e seca as fontes da reforma teológica das Igrejas e das fés, Francisco pediu que aos europeus voltem ao "logos" não como "razão", mas como "conto", capaz de um resultado. Perguntando à Europa: "O que te aconteceu?", ele abriu a ela uma porta, deixando que a paciente decida se e como atravessá-la.

Evocou a diversidade de três milênios diante dos expoentes de uma classe dirigente que expulsou a história do seu próprio pensamento, para se achatar em um saber feito de intelectuais da corte, prontos para fornecer custosas soluções pré-prontas para "decision makers", que muitas vezes são apenas consumidores de pesquisas, inconscientes da gravidade dos problemas que os avassalam.

Não é óbvio que o tríplice apelo do papa a dialogar, integrar e gerar encontrará ouvidos. A capacidade europeia de captar essas dimensões é modesta: pode-se ver isso nas comemorações da Grande Guerra, desintegradas em festinhas turístico-nacionais que levantaram muros em uma memória comum. Mas, na conclusão obscura e profética do discurso de Francisco, também aparece um sinal importante.

Dizer que os direitos humanos (não os valores, não as identidades) poderiam ser a última utopia que acabará com a Europa capta o problema dos problemas. Depois da livre circulação depois dos laços vividos hoje como nós apertados, não há um "mal": há o "pior": o pior que já devastou a Europa (e aniquilou a Alemanha) pelo menos duas vezes em 100 anos.

Isso toca de perto o catolicismo. De fato, há um vento gélido e leve que percorre a Europa e interpela o papa de Roma. São os ventos alísios do ódio e do fechamento, que misturam autoritarismo, antissemitismo e xenofobia em doses variadas. Sopram sobre muitos países, mas, por uma coincidência singular, percorrem aquela que, antigamente, seria chamada a Europa católica: sopram a partir da Polônia, desce pela Eslováquia, reforça-se na Hungria e agora volta para a Áustria. Desenham uma antiga geografia habsburga: depois, afunda na Lombardia-Vêneto; toca a França em que o catolicismo tradicionalista se une ao lepenismo; e paira sobre uma Itália em que a Igreja foi barreira antileguista, e que alguns esquematismos eleitoralistas gostariam de chantagear, apontando para o desastre possível na têmpora dos relutantes.

Desse vento, Francisco sabe que é e deve ser, ao mesmo tempo, a barreira e o exorcista. O seu gesto de colocar novamente a exigência do evangelho diante da política tem um valor político, porque antepõe efetivamente as exigências do evangelho como tal. A sua condenação da subcultura dos muros faz ranger os dentes dno demônio autodestrutivo do nacionalismo, que, como nos relatos evangélicos, grita quando a irrupção messiânica desponta dentro das mediocridades dos crentes.

E, assim, o papa não europeu pede que a Europa se liberte da dicotomia entre crentes e não crentes, e passe para a dicotomia entre "ponteadores" e "muradores", entre confiantes e indiferentes, da qual depende o destino desta utopia-Europa e a paz que aqueles que a habitam poderão ou desfrutar ainda por um pouco ou lamentar longamente.


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