10 Mai 2016
A bispa canadense Susan C. Johnson diz que a comemoração da Reforma conjunta na cidade de Lund em outubro de 2016, com a presença de luteranos e católicos, “é um sinal maravilhoso da obra do Espírito Santo (…) convidando-nos à unidade da igreja”.
A vice-presidente da Federação Luterana Mundial – FLM para a América do Norte falou com o Serviço de Informação Luterana Mundial sobre o compromisso da igreja em patrocinar 500 refugiados, fornecer 500 bolsas de estudo a escolas da Igreja Evangélica Luterana na Jordânia e na Terra Santa, plantar 500 árvores e levantar 500 mil dólares canadenses para o Fundo de Doações da FLM, iniciativas para marcar o 500º aniversário da Reforma em 2017.
A entrevista foi publicada pela Federação Luterana Mundial, 06-05-2016. A tradução de Isaque Gomes Correa.
Eis a entrevista.
Como a senhora se sente pessoalmente com a aproximação do dia 31 de outubro de 2016?
Eu estou bastante animada com a comemoração conjunta em Lund, na Suécia. A certa altura em minha vida, pensei que um evento assim era impossível: luteranos e católicos juntos, comemorando o aniversário da Reforma? Para mim, é um sinal maravilhoso da obra do Espírito Santo, que continua a trabalhar entre nós, convidando-nos à unidade que Jesus Cristo proclamou para a sua igreja.
A Igreja Evangélica Luterana no Canadá colabora regularmente com os católicos? E vocês irão trabalhar em conjunto visando o aniversário da Reforma?
Primeiramente, a Igreja Evangélica Luterana no Canadá e a Conferência Canadense dos Bispos Católicos vêm trabalhando juntas há várias décadas como membros do Conselho Canadense de Igrejas, organismo que abarca 25 denominações cristãs que dialogam, testemunham e se engajam em ações comuns, incluindo em iniciativas de paz e justiça.
Quanto ao aniversário da Reforma em 2017, existem vários eventos sendo organizados aqui no Canadá, todos visando uma comemoração ecumênica. Atualmente eu participo de um grupo de trabalho luterano-católico voltado às iniciativas que podemos fazer juntos. Começamos já a trabalhar na produção de um material de estudos para ser usado por luteranos e católicos. Convidados ecumênicos especiais vão participar da nossa XVI Convenção Bienal [organismo governante mais alto da Igreja Luterana canadense] em julho do próximo ano.
Isso tudo irá conduzir-nos a uma série de comemorações ecumênicas luterano-católicas a acontecer em todo o país para marcar o aniversário.
Em suas relações ecumênicas locais, qual provavelmente será o impacto da comemoração deste ano em Lund?
Certamente o evento em si e todos os processos em torno dele irão emprestar credibilidade e força ao convite que fazemos a católicos e luteranos no Canadá para que participem de estudos conjuntos e se unam para orações em comum. É um início maravilhoso para o trabalho a ser feito em 2017.
Em outubro de 2015, vocês convidaram as comunidades da Igreja Evangélica Luterana no Canadá para o “Desfio da Reforma” que envolve refugiados, justiça climática e educação. Qual o progresso feito até este momento?
Os membros da Igreja Evangélica Luterana no Canadá estão acolhendo com animação este desafio lançado, demonstrando o nosso entendimento de sermos “libertos pela graça de Deus” ao responder a um mundo necessitado. Até o momento, estamos ajudando 125 refugiados em diferentes países com a ajuda dos nossos parceiros e da Federação Luterana Mundial. No começo do ano, funcionários de duas comunidades luteranas no Canadá e colegas da organização Canadian Lutheran World Relief acolheram uma família refugiada em Winnipeg, como parte do nosso compromisso de acompanhar por um ano uma família de refugiados.
Temos o compromisso de garantir 22 bolsas de estudos em escolas da Igreja Evangélica Luterana na Jordânia e na Terra Santa. Cada bolsa 1.400 dólares canadenses permite a um aluno frequentar a escola por um ano; já plantamos 19.377 mil árvores e doamos mais de 116 mil dólares canadenses ao Fundo de Doação da Federação Luterana Mundial. Neste projeto ambicioso estamos tendo um ótimo início. Fico feliz pela energia que tudo isso está criando e pelas maneiras criativas em que os fiéis estão se envolvendo para cumprir esse desafio.
Independentemente de conseguirmos, ou não, cumprir todos estes objetivos, para mim o mais importante é o pleno engajamento da nossa instituição em viver o chamado de sermos igreja “em Missão”.
O tema de aniversário da Reforma “Libertos pela Graça de Deus” acentua a renovação contínua da igreja. Em seu contexto, o que isso implica?
Vemos uma “ecclesia semper reformanda” sendo vivida quando trabalhamos por relações justas com os povos indígenas, por exemplo. A igreja olha para si mesma novamente quando refletimos teologicamente sobre o ministério ordenado, quando exploramos novos jeitos de trabalhar com nossos parceiros ecumênicos, quando nos deparamos com o declínio no número de fiéis e de recursos, e quando trabalhamos para revitalizar a espiritualidade e o discipulado dos nossos irmãos. Apegar-nos à nossa identidade de sermos libertos pela graça divina nos dá força em meio às transformações rápidas que ocorrem na igreja e na sociedade.
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Um sinal “maravilhoso” do chamado à unidade cristã. Bispa canadense reflete sobre a comemoração ecumênica em Lund - Instituto Humanitas Unisinos - IHU