Ataques a santos em Caxias do Sul podem ser intolerância religiosa

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08 Janeiro 2016

Pela primeira vez, a Polícia Civil admite que os ataques contra as imagens de santos apontam para crimes de intolerância religiosa na Serra Gaúcha. Na quinta-feira, mais dois casos de destruição vieram à tona em Caxias do Sul: a imagem de Santo Antônio, na paróquia do bairro Cinquentenário, e a imagem de Nossa Senhora de Fátima, na Paróquia Santíssima Trindade, do bairro Cidade Nova. Esse dois atos e outras seis investidas contra capitéis e imagens que representam a fé católica provocam reações de espanto em líderes de outras religiões. Não há suspeitos identificados, mas a polícia acredita na relação entre os casos.

A reportagem foi publicada por Zero Hora, 08-01-2016.

No bairro Cinquentenário, o santo da comunidade foi quebrado na madrugada do dia 31 de dezembro, data em que a paróquia completou 50 anos. Uma testemunha viu um homem de capacete e um Gol nas proximidades da igreja. Conforme o delegado responsável pelas investigações, Mário Mombach, o capacete é semelhante ao que foi flagrado em imagens de câmeras de segurança no ataque a Nossa Senhora de Caravaggio e Joaneta, em Farroupilha, durante a madrugada do domingo passado.

Um vigilante particular que cuida de ruas do bairro também afirmou à reportagem ter visto uma pessoa de cabelos compridos correr, por volta de 4h daquele dia. Ao sair para verificar um alarme que soava em moradia vizinha, o guarda encontrou a imagem quebrada e não soube dizer se o suspeito era homem ou mulher. A estátua ficava em frente à igreja, explica Rejane Kehrwald, voluntária da paróquia.

No caminho das depredações

Na quinta-feira, o padre Rudinei Zorzo confirmou que a imagem de Nossa Senhora de Fátima foi destruída na madrugada de 16 de dezembro. A obra era protegida por um vidro em uma espécie de capela externa à igreja. Naquela mesma data, vândalos danificaram a imagem de Nossa Senhora dos Navegantes, no bairro Desvio Rizzo.

– É difícil falar sobre isso, mas são grupos extremistas. Vândalos não quebrariam dessa forma – opina o padre Rudinei.

A rota dos ataques chama a atenção: ocorreram na zona oeste de Caxias, que faz ligação com o santuário de Caravaggio em Farroupilha, que, por sua vez, é caminho para Garibaldi.