25 Março 2015
O Brasil manteve o 16.º lugar no ranking de países campeões em casos de tuberculose. Ano passado foram registrados 67.966 casos da doença (7,75 por hora), com coeficiente de incidência de 33,5 casos por 100 mil habitantes. Em 2013, foram 71.123 infecções. Em um ano, a redução de casos foi de 4,4%.
A reportagem é de Lígia Formenti, publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 23-03-2015.
A taxa de mortalidade em 2013 foi de 2,3 por 100 mil habitantes, 20,7% mais baixa do que havia sido registrado em 2003, com 2,9 mortes a cada 100 mil. Os números foram apresentados na Câmara dos Deputados, nesta segunda-feira, 23, durante sessão solene pelo Dia Mundial de Combate à Doença.
Com indicadores ainda considerados altos, o governo assumiu o compromisso de reduzir em 95% os óbitos e em 90% o coeficiente de incidência da doença até 2035. “Progredimos, mas há ainda muito o que avançar”, afirmou Carlos Basile, da Parceria Brasileira contra Tuberculose. Em seu discurso, ele disse estar preocupado com a redução da vacina contra a doença em postos de saúde, identificada no último mês por problemas de abastecimento.
De acordo com o Ministério da Saúde, a situação deverá ser regularizada até o início de abril. Semana passada, foram entregues 18 mil doses. Dia 31, seguem mais 522 mil e dia 2, as 410 mil doses restantes para abastecer os estoques. O governo atribuiu as dificuldades enfrentadas na entrega de vacina contra tuberculose ao atraso na obtenção do certificado de boas práticas do laboratório fabricante, a Fundação Ataulpho Paiva, e a problemas de abastecimento de água na fábrica.
Diagnóstico e características. Uma das estratégias consideradas essenciais para o controle do número de casos da doença é o diagnóstico rápido da infecção. Atualmente, 94 municípios e o Distrito Federal - capitais e cidades consideradas estratégicas - dispõem de teste rápido. “Ainda consideramos a tuberculose como um grande desafio”, afirmou o ministro da Saúde, Arthur Chioro. Ele observou que as taxas da doença são significativamente altas em dois grupos: população carcerária e moradores de rua.
O ministro lembrou ainda que a doença é muito desigual no País. Amazonas e Rio lideram em números de casos. “Estamos lidando com uma doença multifatorial: condição social, de moradia e de vida são preponderantes para determinar o risco da doença”, disse em Brasília.
Ele lembrou que entre a população indígena o risco de ter a doença é três vezes maior do que na população em geral. Na população de rua, o risco é 47 vezes maior. “O sucesso das ações está ligado a uma aliança de vários setores da sociedade.”
As cidades contempladas atualmente pelos testes rápidos respondem por 60% dos números de casos. “Podemos viver em um mundo livre de tuberculose. Para isso, é preciso que países caminhem conjuntamente”, ressaltou Chioro. “Diagnosticar e tratar adequadamente a tuberculose significa romper a cadeia de transmissão.”
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Brasil se mantém como o 16º país com mais casos de tuberculose - Instituto Humanitas Unisinos - IHU