16 Março 2015
Depois do anúncio do papa sobre o Jubileu da misericórdia, chegou o momento de arregaçar as mangas e começar a trabalhar para organizar o grande evento. Francisco confiou tudo às mãos de Dom Rino Fisichella, presidente do Pontifício Conselho para a Nova Evangelização, que, nesta entrevista feita logo depois do anúncio do pontífice, conta o que devemos esperar.
A reportagem é de Fabio Marchese Ragona, publicada no jornal Il Giornale, 14-03-2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Eis a entrevista.
Dom Fisichella, o papa confia à sua orientação a organização desse Jubileu extraordinário da misericórdia...
É um ato de confiança por parte do Papa Francisco: ele mesmo explicou a razão pela qual o confia a nós, porque diz que este Jubileu deve ser um caminho de nova evangelização para a Igreja: devemos levar o anúncio essencial do Evangelho, devemos apresentar ainda o rosto misericordioso de Jesus.
Como será estruturado esse grande evento que envolverá toda a Igreja?
Agora que o papa fez o anúncio, temos as próximas semanas para nos preparar, para estudar todas as iniciativas a serem lançadas e, especialmente, para compreender como esse Ano Santo pode ser vivido aqui em Roma, como pode se tornar concretamente um sinal da misericórdia. O primeiro pensamento que me vem à mente é que a Igreja deverá agora redescobrir as obras de misericórdia corporal e espiritual, que seja pão de cada dia na vida dos fiéis, para as pessoas mais próximas ao Evangelho e, por isso, privilegiadas.
No ano 2000, houve muitos eventos, por exemplo o Jubileu dos esportistas ou o dos artistas. Com este papa, poderá haver um Jubileu dos pobres ou dos sem-teto?
Devemos pensar sobre isso, mas certamente o Jubileu deve dar uma expressão à Igreja, para que, concretamente, vá ao encontro de todos. Deve haver uma atenção para as pessoas mais distantes ou mais fracas. Mas devemos verificar tudo o que podemos fazer. Por enquanto, acredito que é importante entender como o papa pretende realizar esse Jubileu da misericórdia. Gostaria de salientar, no entanto, que esse evento não terá tarefas estruturais, a única tarefa é a da conversão espiritual, sobre como ser testemunhas do Senhor. As coisas estruturais e organizativas virão depois.
O Jubileu será aberto no 50º aniversário do encerramento do Concílio Vaticano II. Por que essa escolha?
O papa quis fazer esse anúncio no início do terceiro ano do seu pontificado, e eu acredito que seja uma escolha significativa. Além disso, certamente, o papa pensou em abrir a Porta Santa no dia daquele aniversário especial, porque o Concílio foi o momento em que a Igreja se voltou para o mundo, em que iniciou a falar uma nova linguagem, que obviamente é a linguagem do Evangelho, uma língua da misericórdia.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
''Assim organizaremos o grande Jubileu.'' Entrevista com Rino Fisichella - Instituto Humanitas Unisinos - IHU