19 Dezembro 2025
A comunidade científica tem alertado repetidamente de que cada fração de grau a mais implica intensificação dos impactos climáticos.
A informação é publicada por ClimaInfo, 18-12-2025.
Em sua mais recente previsão, o Met Office, serviço meteorológico do Reino Unido, indica que 2026 terá temperatura média 1,4°C acima dos níveis pré-industriais, e apenas 0,1°C abaixo do limite de aquecimento global estabelecido no Acordo de Paris. Embora não deva superar 2024 — o ano mais quente já registrado até agora, com 1,55°C acima da era pré-industrial —, 2026 deverá estar entre os quatro anos mais quentes desde 1850, com um aumento de temperatura entre 1,34°C e 1,58°C, informa o Business Green.
“É provável que os últimos três anos tenham ultrapassado 1,4°C, e esperamos que 2026 seja o quarto ano consecutivo em que isso aconteça”, disse Adam Scaife, cientista climático do Met Office, que liderou a previsão. “Antes disso, a temperatura global não havia ultrapassado 1,3°C”, completou.
Como destaca o Independent, é clara a indicação de uma onda de aquecimento persistente. O que se reflete no aumento dos riscos de eventos climáticos extremos, com impactos severos, como os sofridos nos últimos meses no Caribe, no sudeste asiático e no Marrocos.
Líderes mundiais se comprometeram há 10 anos, em Paris, a limitar o aquecimento global a 1,5°C até o final do século. Como a meta é medida por uma média de 30 anos, ainda é fisicamente possível alcançá-la, apesar de ser certo que ultrapassaremos o limite em alguns meses ou anos, explica o Guardian.
“Em 2024, houve a primeira ultrapassagem temporária de 1,5°C e nossa previsão para 2026 sugere que isso seja possível novamente”, disse Nick Dunstone, cientista climático do Met Office. “Isso destaca a rapidez com que estamos nos aproximando da meta de 1,5°C do Acordo de Paris.”
Na semana passada, cientistas do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S) da União Europeia anunciaram que é quase certo que 2025 termine como o segundo ou terceiro ano mais quente já registrado. Enquanto isso, os níveis de dióxido de carbono que poluem a atmosfera e aumentam o efeito estufa atingiram níveis sem precedentes no ano passado, enquanto sumidouros de carbono naturais da Terra estão começando a falhar.
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