01 Abril 2025
O teólogo Jan Loffeld vê um processo de secularização imparável. Explicações do mundo não religiosas têm ganhado importância há séculos. A fé se torna cada vez mais uma decisão pessoal.
A reportagem é de publicado por katholish.de, 31-03-2025.
O teólogo Jan Loffeld vê um processo de desigrejização irreversível e uma crescente secularização social. A fé em Deus caiu ainda mais do que a adesão às igrejas, disse o clérigo, que leciona na Universidade de Utrecht, em entrevista à Deutschlandfunk na segunda-feira.
Loffeld, sacerdote da Diocese de Münster, observa uma tendência que dura séculos em direção a explicações concorrentes sobre o mundo. Desde a Alta Idade Média, as pessoas têm buscado cada vez mais a felicidade e o sentido da vida fora dos sistemas religiosos. Embora, por exemplo, o número de católicos batizados na África esteja aumentando, também lá, entre os jovens conectados à internet, há uma mudança em relação às interpretações religiosas do mundo.
O teólogo prevê que a porcentagem de cristãos na Alemanha se estabilize em torno de 20% no futuro próximo. Isso já pode ser observado, por exemplo, na Holanda, na Escandinávia e no Leste da Alemanha. Ele afirmou que as igrejas dificilmente conseguiriam mudar essa tendência. Por isso, a questão central é o que significa para a Igreja na Alemanha ser uma minoria cada vez menor.
Loffeld prevê mudanças significativas: a contínua queda no número de membros vai provocar processos de adaptação dolorosos nas ofertas das igrejas, como escolas, creches, pessoal e edifícios. O trabalho das igrejas e suas organizações, até agora fortemente marcado por funcionários em tempo integral, não poderá ser mantido. Cada cristão individual será cada vez mais responsável por como o evangelho se apresenta na sociedade.
Ao mesmo tempo, o teólogo vê também um ganho de liberdade: é uma situação histórica excepcional que as pessoas possam decidir por si mesmas se acreditam ou se querem se juntar a uma igreja. "Pela primeira vez, a relação entre Deus e o ser humano pode ser completa e livremente definida". As igrejas não têm mais o monopólio da salvação – o que também é aliviador para elas mesmas.
Loffeld é professor de Teologia Prática e diretor do "Departamento de Teologia Prática e Estudos Religiosos" na Tilburg University School of Catholic Theology, em Utrecht. Ele se manifestou com base nas estatísticas de membros publicadas na semana passada: de acordo com esses dados, as duas grandes igrejas na Alemanha perderam mais de um milhão de membros em 2024 devido a mortes e desistências. O número de membros da Igreja Católica caiu para 19,77 milhões, enquanto o da Igreja Evangélica diminuiu para 17,98 milhões. Assim, em 2024, cerca de 23,7% da população total pertenciam à Igreja Católica. Pela primeira vez, a proporção de protestantes caiu para menos de 20%. (KNA)