09 Mai 2024
Novo levantamento da Organização Meteorológica Mundial (OMM) aponta que 2023 foi o ano mais quente já registrado na América Latina, marcado por eventos climáticos extremos.
A reportagem é publicada por ClimaInfo, 09-05-2024.
A junção de El Niño com as mudanças climáticas cada vez mais significativas resultaram em recordes de temperatura alta e de eventos climáticos extremos nos países da América Latina e Caribe em 2023.
De acordo com um relatório divulgado nesta 4a feira (8/5) pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), o ano de 2023 foi o mais quente já registrado na região, com as temperaturas médias ficando cerca de 0,82ºC acima da média histórica para o período de 1991 e 2020 e 1,39ºC superior à média da linha de base de 1961-1990.
A América Latina e o Caribe também experimentaram sucessivos eventos climáticos extremos no último ano, com destaque para as ondas de calor que afligiram grandes áreas da América do Sul, especialmente na porção central do continente, desde o Chile até o Sudeste brasileiro.
Os países da América Central enfrentaram um clima particularmente seco em 2023, o que afetou a segurança hídrica e alimentar de uma das regiões mais pobres do globo. Já o México teve mais de 75% de seu território sob algum grau de seca no ano passado.
Na outra ponta, o relatório destacou as fortes chuvas que atingiram o litoral norte de São Paulo e a região serrana do Rio de Janeiro, com recordes históricos de precipitação em um espaço de 24 horas. As tempestades causaram mais de 60 mortes em São Sebastião, a maior parte causada por deslizamentos de terra e desabamento de casas.
Na Amazônia, o calor e o clima mais seco transformaram rios caudalosos como o Madeira em lamaçal. No Lago Tefé, a água ficou tão quente que acabou matando mais de 150 botos. Comunidades indígenas e tradicionais no meio da floresta se viram em um cenário até então impossível na maior floresta tropical do mundo – não ter água para beber.
“Infelizmente, 2023 foi um ano de riscos climáticos recordes na América Latina e no Caribe. As condições do El Niño durante o 2º semestre contribuíram para um ano quente recorde e exacerbaram muitos eventos extremos, combinado com a intensificação dos efeitos das mudanças climáticas induzidas pela humanidade”, afirmou Celeste Paulo, secretária-geral da OMM.
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Recordes de calor e eventos extremos mostram vulnerabilidade climática da América Latina - Instituto Humanitas Unisinos - IHU