04 Dezembro 2023
O Papa Francisco também está entre os signatários da declaração dos representantes de diferentes religiões reunidos em Dubai para a Conferência sobre o Clima da Onu. O documento pede um grande compromisso à política, governos e empresas para acelerar a transição energética sem "deixar para trás" ninguém, começando pelas comunidades mais vulneráveis. O apelo é para que nos unamos de forma colaborativa e resoluta para "custodiar o esplendor da Casa Comum"
A reportagem é de Benedetta Capelli, publicada por Vatican News, 03-12-2023.
Compromisso e esperança: a declaração dos líderes religiosos para a COP28 em Dubai segue esses dois caminhos. Um documento, assinado, entre outros, pelo Papa Francisco, no qual se reafirma a unidade, a responsabilidade compartilhada e a fraternidade entre todos por uma ação a fim de atingir a meta de reduzir a temperatura da terra em 1,5 grau até 2030, mas também para apoiar as comunidades afetadas pelas mudanças climáticas.
Representantes de diferentes religiões e tradições indígenas, por meio do diálogo com cientistas, estudiosos religiosos, acadêmicos, organizações de mulheres, jovens, sociedade civil, líderes empresariais e responsáveis pelas políticas ambientais, expressam pesar pelo que está acontecendo, reconhecendo também "as conexões entre mudança climática, migração, conflito, mas também o papel potencial das pessoas de fé como construtores de paz ambiental".
O documento pede respostas urgentes para acelerar a transição energética garantindo "equidade e justiça", convidando as pessoas a adotarem um modelo circular para viver "uma vida equilibrada e digna em harmonia com a natureza". Em seguida, o apelo às empresas para que passem de combustíveis fósseis para fontes de energia limpa; o apelo aos governos para que promovam a agricultura sustentável, garantindo plenamente a segurança alimentar e a proteção dos ecossistemas. "Ninguém deve ser deixado para trás - diz o texto -, as necessidades de todas as pessoas, especialmente as crianças, as comunidades vulneráveis que enfrentam desastres e conflitos, os jovens, as mulheres e os povos indígenas, bem como os animais e a natureza, devem estar no centro de nossos esforços. Fundamental para isso é a ativação de mecanismos financeiros que tratem de perdas e danos, sobretudo nas partes mais vulneráveis do mundo.
Os líderes religiosos então se comprometem a mudar seus padrões de consumo e a promovê-los, a levantar suas vozes em defesa da biodiversidade e da conservação da fauna selvagem, a apoiar a igualdade e os direitos dos povos indígenas, "defendendo a sabedoria ancestral que está entrelaçada com o bem-estar da Terra". "No momento em que nos encontramos no limiar da história, considerando a gravidade dos desafios que enfrentamos coletivamente - diz o documento -, permaneçamos conscientes do legado que deixaremos para as gerações vindouras. Imploramos sinceramente a todos os tomadores de decisão reunidos na COP28 que aproveitem este momento e ajam com urgência, tecendo um conjunto de ação compartilhada e profunda responsabilidade".
Daí, o apelo para uma ação rápida, "colaborativa e resoluta para curar nosso mundo ferido e preservar o esplendor de nossa Casa Comum". Uma maneira de restaurar a esperança para as gerações futuras e "empreender esta viagem rumo a um futuro de resiliência, harmonia e florescimento para toda a vida na Terra".
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COP28, apelo dos líderes religiosos: agir juntos para curar nosso mundo ferido - Instituto Humanitas Unisinos - IHU