10 Mai 2023
A Caritas Internationalis (ou Caritas Internacional) iniciará na próxima quinta-feira, 11 de maio, a assembleia em que deve nomear uma nova administração: o presidente, o secretário-geral, o tesoureiro e outros cargos, depois que o Papa Francisco interveio em novembro passado e removeu todos os líderes por "deficiências nos procedimentos de gestão".
A informação foi publicada por Religión Digital, 09-05-2023.
A Caritas Internationalis (CI), associação beneficente internacional da Igreja Católica, iniciará na próxima quinta-feira, 11 de maio, a assembleia em que deverá nomear uma nova administração: o presidente, o secretário-geral, o tesoureiro e demais cargos, depois que o Papa Francisco interveio em novembro passado e demitiu todos os líderes por "deficiências nos procedimentos de gestão".
“Durante o evento, os delegados também refletirão sobre como os organismos da Caritas podem trabalhar para servir os mais pobres e vulneráveis, em um mundo afetado por múltiplas crises: da guerra na Ucrânia à pandemia de covid-19, das consequências das mudanças climáticas à insegurança alimentar desenfreada", explica a associação em nota.
A assembleia, a ser aberta com uma audiência privada com o Papa Francisco, contará com cerca de 400 delegados que representam as 162 organizações da Caritas que operam em 200 países e territórios em todo o mundo.
Em novembro passado, de surpresa, o papa nomeou um controlador temporário depois que foram observadas "deficiências nos procedimentos de gestão" com consequências para sua equipe. O Departamento de Desenvolvimento Humano Integral, do qual depende esta organização, explicou que no início do ano "foi encomendada uma avaliação sobre o ambiente de trabalho na Secretaria Geral da CI em conformidade com os valores católicos da dignidade humana e do respeito para cada pessoa".
A avaliação foi realizada por um painel de especialistas independentes, que incluiu psicólogos e dos quais “não surgiram evidências de má gestão financeira ou comportamento inadequado de natureza sexual, mas foram reveladas outras questões importantes e áreas de atenção urgente”.
"Foram observadas deficiências nos procedimentos de gestão, o que também teve um efeito negativo no espírito de equipe e no moral dos funcionários", concluiu o relatório sem dar mais detalhes.
Num decreto publicado pelo Vaticano, explica-se que para melhorar o cumprimento da missão da Caritas junto dos mais pobres e necessitados, “é necessário rever o quadro jurídico vigente para que se adapte melhor às funções estatutárias da organização e prepará-la para as eleições a serem realizadas na próxima Assembleia Geral".
Por isso, Pier Francesco Pinelli foi nomeado delegado extraordinário (controlador) e todos os cargos foram destituídos, inclusive o de presidente, que era o cardeal filipino Luis Antonio Tagle. Da mesma forma, foram nomeados a espanhola María Amparo Alonso Escobar, que era diretora de advocacia do Caritas Internationalis, e o padre jesuíta Manuel Morujão "para o acompanhamento pessoal e espiritual da equipe".
Na véspera da celebração desta importante assembleia, o diretor demitido repentinamente pelo Papa enviou uma carta à rede Caritas para dar sua versão dos acontecimentos que, em sua opinião, se devem a uma "brutal luta pelo poder" alimentada por uma atitude “colonialista”.
Aloysius John rejeita as razões apresentadas para a intervenção na Caritas Internationalis, reivindica o seu trabalho perante esta e garante que a decisão de demiti-lo foi "tomada de forma precipitada, com uma violência incrível e uma comunicação pública muito deficiente", afetando o descrédito da instituição de caridade.
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Apostas da Caritas Internationalis: assembleia para renovar sua cúpula após a intervenção papal - Instituto Humanitas Unisinos - IHU