Se houvesse uma classificação macabra das chamadas guerras esquecidas, aquela da República Democrática do Congo estaria no topo da lista.
O comentário é de Tonio Dell'Olio, presidente da Pro Civitate Christiana, publicado por Mosaico di Pace, 12-12-2022. A tradução é de Luisa Rabolini.
Denis Mukwege, ginecologista e ativista de direitos humanos, criador do Hospital Panzi para atender e tratar mulheres violentadas, Prêmio Nobel da Paz em 2018, foi recebido no dia 9 de dezembro pelo Papa Francisco e, por isso, alguns jornais e algumas agências tentaram abrir espaço para ele. Ele declarou que a guerra na República Democrática do Congo não é religiosa nem tribal, mas meramente econômica.
Localização da República Democrática do Congo (em laranja) e de Ruanda (em verde). (Foto: Wikipédia)
Ruanda queria criar o caos, para invadir o Congo e se apoderar das matérias-primas de que é rico. De fato, Ruanda resulta ser um exportador de metais dos quais não possui jazidas. Mais ainda: "Pela Ucrânia há um total comprometimento da comunidade internacional que utiliza todos os instrumentos existentes, jurídicos e econômicos, para pôr fim a esta guerra. Acredito que o fim desse conflito certamente será alcançado. Usando os mesmos meios, a guerra na República Democrática do Congo poderia terminar amanhã".
Referindo-se à próxima visita do papa ao Congo em 3 de fevereiro, ele disse: "Uma Igreja que se cala quando o homem sofre, não é uma Igreja que desempenha sua função e penso que o papel mais importante da Igreja seja aquele de sofrer com o povo que sofre. Acredito que a visita do Papa se enquadra nessa lógica, de ir sofrer com o povo congolês que sofre. Portanto, é a voz profética da Igreja que pode totalmente fazer a diferença”.