Desigualdade nas Metrópoles: mais pobres recuperam renda e mais ricos perdem

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08 Abril 2022

 

O Observatório das Metrópoles divulgou a nova edição do Boletim Desigualdade nas Metrópoles. O estudo traz novos dados sobre a situação da renda dos que vivem nas metrópoles brasileiras.

 

A infromação é divulgada por Observatório das Métropoles, 07-04-2022. 

 

A sétima edição do Boletim Desigualdade nas Metrópoles mostra que a média de rendimentos dos 10% mais ricos alcançou o pior nível de toda a série histórica, iniciada em 2012: R$ 1.378. Ao mesmo tempo, a desigualdade, mensurada através do coeficiente de Gini, vem apresentando tendência de melhora e registrou no quarto trimestre de 2021 o valor de 0,602 – o mesmo verificado no primeiro trimestre de 2020, logo antes de serem sentidos os efeitos da pandemia, indicando uma reaproximação dos índices de desigualdade aos valores pré-pandêmicos.

“Todo esse movimento tem contribuído para a redução de desigualdade de renda, nesta conjuntura dos mais ricos perdendo renda e os mais pobres se recuperando. No entanto, não é uma situação desejável, pois não é justiça distributiva. Os mais pobres continuam ganhando pouco e os mais ricos passaram a ganhar menos”, afirma Marcelo Ribeiro (IPPUR/UFRJ), um dos coordenadores do estudo, juntamente com Andre Salata (PUCRS).

Segundo dados levantados pelo estudo, a renda média per capita do trabalho dos 40% mais pobres, que estava em R$195 no quarto trimestre de 2020, subiu para R$239 no quarto trimestre de 2021. Ao mesmo tempo, a renda dos 10% mais ricos caiu de R$6.917 em 2020 para R$6.424 em 2021. De todo modo, é importante ressaltar que depois de mais de dois anos do início da pandemia, os mais pobres ainda não conseguiram recuperar o patamar de renda do começo de 2020.

 

Rendimentos do trabalho inferiores a R$ 275 per capita: perda de renda afeta principalmente as crianças

 

Segundo Salata, milhares de famílias cujos rendimentos do trabalho – que já eram insuficientes – estão há dois anos enfrentando uma situação de perda de renda. Quanto mais tempo ficam nessa situação, maior a vulnerabilidade. No contexto dessas famílias, o estudo mostra que um dos grupos mais afetados são as crianças. No quarto trimestre de 2021, 26,7% das crianças de até cinco anos de idade viviam em lares com rendimentos do trabalho inferiores a ¼ do salário-mínimo per capita.

“Os dados são muito preocupantes. Estudos mostram que a vulnerabilidade econômica na primeira infância prejudica o desenvolvimento cognitivo, o aprendizado e, consequentemente, o rendimento escolar. No longo prazo, estamos falando de barreiras à expansão do capital humano no país e, portanto, ao crescimento econômico sustentado”, alertou Ribeiro.

Confira na íntegra o "Boletim Desigualdade nas Metrópoles nº 07".

 

 

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