Aquecimento – Degelo do Ártico Russo resulta em grande perda de água derretida

Foto: Pexels

Mais Lidos

  • Alessandra Korap (1985), mais conhecida como Alessandra Munduruku, a mais influente ativista indígena do Brasil, reclama da falta de disposição do presidente brasileiro Lula da Silva em ouvir.

    “O avanço do capitalismo está nos matando”. Entrevista com Alessandra Munduruku, liderança indígena por trás dos protestos na COP30

    LER MAIS
  • Dilexi Te: a crise da autorreferencialidade da Igreja e a opção pelos pobres. Artigo de Jung Mo Sung

    LER MAIS
  • Às leitoras e aos leitores

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

05 Agosto 2021


As geleiras e calotas polares em dois arquipélagos no Ártico russo estão perdendo água derretida suficiente para encher quase cinco milhões de piscinas olímpicas a cada ano, mostram pesquisas.

A reportagem é publicada por University of Edinburgh e reproduzida por EcoDebate, 04-08-2021. A tradução e a edição são de Henrique Cortez.

Dados de satélite sugerem que a quantidade de gelo perdida entre 2010 e 2018 colocaria uma área do tamanho da Holanda sob dois metros de profundidade.

O aquecimento do Oceano Ártico parece desempenhar um papel fundamental na aceleração da perda de gelo de dois grandes grupos de ilhas que fazem fronteira com o Mar de Kara, dizem os pesquisadores.

 

Dados de satélite

A equipe de Edimburgo mapeou os dados coletados pelo satélite de pesquisa CryoSat-2 da Agência Espacial Europeia para monitorar as mudanças na altura da superfície e na massa das calotas polares e geleiras.

A comparação destes com dados climáticos para o mesmo período revelou uma ligação clara entre o aumento da temperatura atmosférica e oceânica e o aumento da perda de gelo de dois arquipélagos.

A análise da equipe mostra que os arquipélagos Novaya Zemlya e Severnaya Zemlya – que cobrem uma área combinada de cerca de 50.000 milhas quadradas – perderam 11,4 bilhões de toneladas de gelo a cada ano entre 2010 e 2018.

 

Aquecimento ártico

O afinamento do gelo já teve um grande impacto na estabilidade de algumas das geleiras e calotas polares da região, o que pode aumentar ainda mais a perda de gelo no futuro, diz a equipe.

Comparadas ao tamanho relativamente pequeno das geleiras, as calotas polares são grandes corpos de gelo com várias centenas de metros de espessura que cobrem áreas de até 8.000 milhas quadradas na região. Alguns deles armazenam gelo de até 12.000 anos, o que fornece aos cientistas valiosos registros de longo prazo do clima ártico.

 

Previsões aprimoradas

As descobertas do estudo se somam a um conjunto de pesquisas que sugere que as condições no Oceano Ártico estão se tornando mais parecidas com as do Atlântico Norte, que é muito mais quente.

O estudo pode ajudar a prever a futura perda de gelo em regiões com padrões semelhantes de mudança de temperatura atmosférica e oceânica e melhorar as previsões globais do nível do mar, diz a equipe.

A pesquisa, publicada no Journal of Geophysical Research: Earth Surface, foi apoiada pela Agência Espacial Europeia.

Uma versão de acesso aberto do documento está disponível aqui.

Referência:

Accelerating Ice Mass Loss Across Arctic Russia in Response to Atmospheric Warming, Sea Ice Decline, and Atlantification of the Eurasian Arctic Shelf Seas. Paul Tepes, Peter Nienow, Noel Gourmelen. Journal of Geophysical Research: Earth Surface, Volume 126, Issue 7, July 2021, e2021JF006068. Disponível aqui.

 

Leia mais