28 Junho 2021
O pré-candidato à presidência da República em 2022, Ciro Gomes, do Partido Democrático Trabalhista do Ceará, postou no Twitter que “a Bíblia e a Constituição não são livros conflitantes”, assim que “os ideais do cristianismo inspiram a vida de todos”.
A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.
Mesmo num Estado laico, “se observarmos bem, veremos que ideais centrais do cristianismo inspiram a vida de todos nós que lutamos por um Brasil melhor”, tuitou.
Ciro Gomes “converteu-se” no intuito de conquistar votos da grei evangélica para sua pretensão de conquistar a presidência da República na eleição do ano que vem. Abrandou sua fala. Será que também mudou seu posicionamento?
Em 2010, disse em entrevista, reportando-se à legalização do aborto, que essa não era uma tarefa da presidência da República. “Para que cobrar do presidente uma tarefa que não é dele? Eu não sou candidato a guru de costumes”, afirmou.
Em 2018, em entrevista ao jornal espanhol El Pais, assinalou: “O corpo da mulher a ela pertence, não é assunto de Estado, portanto o aborto é uma questão de saúde pública”.
Outro tema caro aos evangélicos é a agenda LGBT. Na campanha eleitoral passada, Ciro deixou claro o que faria se eleito: “Essas ações, saliente-se, dependem da atuação de um Estado pautado pela laicidade, que respeite a diversidade, sem interferência dos moralismos e dogmas de qualquer espécie nas políticas públicas de sua responsabilidade”.
Em abril de 2020, quando dos debates sobre ações de combate à pandemia, Ciro Gomes criticou padres e pastores que defendiam a abertura de templos para cultos religiosos. “Esses camaradas precisam ser presos e é o que nós vamos fazer aqui no Ceará”, vociferou.
O fiel escudeiro do presidente da República, o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, reagiu: “Ciro Gomes grava um vídeo que é para a gente rir: uma mão, está a Bíblia, na outra mão, a Constituição. Uma palavra linda para tentar enganar o povo cristão do Brasil”. Malafaia lembrou que “em tudo que é Câmara Municipal (o PDT) votou a favor da ideologia de gênero, essa ideologia do marxismo cultural que quer dizer que ninguém nasce homem ou mulher”.
Malafaia concluiu o vídeo em que se contrapõe ao posicionamento de Ciro Gomes: “Nem Lula, nem o PT, nem Ciro, nem o PDT vai nos enganar mais. Vocês não enganam mais”. O pastor pode continuar enganando (como a “aplicação” olavista do marxismo cultural).
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Ciro Gomes “converteu-se” aos evangélicos - Instituto Humanitas Unisinos - IHU