11 Janeiro 2021
“Uma campanha de vacinação evitará perdas no valor de trilhões de dólares para a economia global e, em especial, garantirá uma importante injeção na recuperação de países em desenvolvimento. A constatação faz parte de documentos internos usados pela OMS (Organização Mundial da Saúde) para avaliar a aprovação de produtos, como o imunizante da Pfizer. No caso brasileiro, mais especificamente, um cenário da falta de uma vacinação ampla no mundo geraria uma perda para a economia nacional de US$ 89 bilhões. Uma imunização de grande parte dos países em desenvolvimento traria as perdas para apenas US$ 6 bilhões” – Jamil Chade, jornalista – portal Uol, 11-01-2021.
“A vacinação é a forma mais rápida para estabilizar os sistemas de saúde, restaurar serviços essenciais e estimular uma recuperação verdadeiramente global da economia” – Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da OMS – Portal Uol, 11-01-2021.
“O Brasil entra em 2021 com cerca de 40 milhões de pessoas na miséria, indisfarçável legado de quase um ano de pandemia e de dois anos de desgoverno. O último balanço oficial, relativo a outubro, apontou 14,06 milhões de famílias em extrema pobreza, isto é, com renda de até R$ 89 por pessoa. Esse contingente, o maior desde 2014, correspondia a 39,99 milhões de pessoas. Os dados são do Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico), elaborado pelo Ministério da Cidadania. As famílias nessa condição eram 13,50 milhões no começo de 2020, antes da pandemia, e 13,07 milhões em janeiro de 2019, início do mandato do presidente Jair Bolsonaro. A covid-19 agravou um quadro já em deterioração” – Editorial – O Estado de S. Paulo, 11-01-2021.
“Sem o auxílio emergencial e com desemprego ainda muito alto, as famílias pobres – e muito pobres – poderão ter um ano muito penoso. Ministros discutem formas de substituir o auxílio emergencial. Tem-se falado sobre reformulação do Bolsa Família, com a possível aprovação de novas formas de benefícios. Podem ser ideias boas, mas ninguém deveria menosprezar um dado simples e muito importante: uma fila de 1,3 milhão de famílias espera ingresso no programa. Não seria melhor, por enquanto, buscar uma forma de incorporar essas famílias?” – Editorial – O Estado de S. Paulo, 11-01-2021.
“Se você cuidar bem da saúde, cuida bem da economia, e a prioridade 1, 2 e 3 para isso é a vacina” – Ilan Goldfajn, ex-presidente do Banco Central, presidente do conselho do banco Credit Suisse Brasil – Folha de S. Paulo, 10-01-2021.
“Há disputa entre vírus e a vacina no mundo todo: o vírus está pegando bem, com variações e mutações, e as vacinas precisam correr. No Brasil, há ainda o agravante das reformas, do ajuste fiscal, que precisamos lidar, além de coisas mais estruturais, como a desigualdade, que sai reforçada da Covid” – Ilan Goldfajn, ex-presidente do Banco Central, presidente do conselho do banco Credit Suisse Brasil – Folha de S. Paulo, 10-01-2021.
“Temos que pensar em um programa social, no estilo Bolsa Família, que abarque mais gente e ao mesmo tempo defenda os informais, invisíveis, que estão fora. Às vezes, são pessoas não incluídas no Bolsa Família porque não são tão pobres, mas uma vez que passam por uma crise ferrenha como a de agora, perdem toda a renda e ficam sem rede de proteção” – Ilan Goldfajn, ex-presidente do Banco Central, presidente do conselho do banco Credit Suisse Brasil – Folha de S. Paulo, 10-01-2021.
"Ter medo da vacina é ridículo e, sendo um pouco rude, é burrice" – Drauzio Varella, médico, Carta Capital, citado por Ricardo Kotscho, jornalista – Portal Uol, 09-01-2021.
“O Brasil tinha o melhor programa de imunização gratuita do mundo. Substituímos pessoas-chave por incompetentes, que não têm ideia do que estão fazendo. Isso foi um crime contra a saúde dos brasileiros. Se você me perguntar se vai correr bem o programa de imunização, eu não tenho a menor ideia, porque não dá para confiar no Ministério da Saúde” – Drauzio Varella, médico, Carta Capital, citado por Ricardo Kotscho, jornalista – Portal Uol, 09-01-2021.
“Sem dúvida nenhuma o maior lógico que já existiu depois de Aristóteles, Tomás de Aquino é meu grande mestre. Ele me ensinou a pensar – e agora me orienta” – Dimas Tadeu Covas, hematologista, diretor do Instituto Butantan – O Estado de S. Paulo, 19-01-2021.
“Se sou católico, é porque sou cientista!” – Dimas Tadeu Covas, hematologista, diretor do Instituto Butantan – O Estado de S. Paulo, 19-01-2021.
“O País é governado por bordões disparados pelo Twitter. É Vachina, se é da China, não presta, é a China vai botar um chip na sua cabeça... É um retorno à Idade das Trevas, um grau de degradação educacional e moral do país que eu não conhecia. A ciência no Brasil sempre foi cultuada, nomes dos nossos grandes cientistas estão nas nossas ruas. De repente, não é mais importante que a vacina seja feita pelo Butantã, com seus 119 anos de tradição científica” – Dimas Tadeu Covas, hematologista, diretor do Instituto Butantan – O Estado de S. Paulo, 19-01-2021.
“O fato de o instituto estar fazendo a vacina em associação com uma empresa da China, hoje uma potência científica maior do que o Estados Unidos, já é suficiente para dizer que o que ele está fazendo não vale, é ruim. É uma violência enorme, uma coisa estúpida, desnecessária, que causa mal aos brasileiros” – Dimas Tadeu Covas, hematologista, diretor do Instituto Butantan – O Estado de S. Paulo, 19-01-2021.
“Em seu belo artigo de final de ano, Desafios para 2021 e depois, na Folha de S.Paulo, Arminio Fraga externou um pingo de otimismo: “As deficiências são tantas que há um amplo espaço para melhorias. Um (outro) governo, com visão e capacidade de execução, poderia acelerar bastante o crescimento”. Tendo a concordar. Mas para tal seria necessário que o eleitorado brasileiro estivesse preparado em 2022 para, pelo voto, tornar aquele o último ano da era Bolsonaro. Como fez o eleitorado norte-americano ao barrar o ano 5 da era Trump. Desfecho alcançado a duras penas, em larga medida pela desastrosa condução do combate à covid-19” – Pedro S. Malan, ex-ministro da Fazenda – O Estado de S. Paulo, 10-01-2021.
“Para países obrigados a lidar com aqueles que têm Trump como modelo, há relevantes lições a extrair. Ainda há tempo – mas não muito” – Pedro S. Malan, ex-ministro da Fazenda – O Estado de S. Paulo, 10-01-2021.
“É difícil imaginar o que seriam mais quatro anos do mesmo, a partir de 2023” – Pedro S. Malan, ex-ministro da Fazenda – O Estado de S. Paulo, 10-01-2021.
“Trump tinha instruído seus seguidores a marchar pela Avenida Pennsylvania, que vai da Casa Branca até o Capitólio, mas não se lembrara de avisar a multidão a não entrar no Capitólio, o que a multidão fez com grande facilidade” – Luís Fernando Verissimo, escritor – O Estado de S. Paulo, 10-01-2021.
“A Segurança do Capitólio por certo mudou desde a minha adolescência, quando a nação temia um ataque nuclear da União Soviética, mas ninguém sonhava com uma cena como a de uma multidão americana acuando guardas americanos. O que o episódio tem de histórico, além do ineditismo – mas as tomadas da Bastilha e do Palácio de Inverno também foram inéditas – é essa reversão de civilidade, a volta de uma incivilidade, ausente desde a guerra da secessão” – Luís Fernando Verissimo, escritor – O Estado de S. Paulo, 10-01-2021.
“Seu (Bolsonaro) negacionismo quanto à pandemia e seu desapreço pelo meio ambiente foi afastando uma parte da classe média que o apoiava originalmente. Essa fuga foi reposta pelo apoio que recebeu de parte daqueles que recebem o auxílio, grupo que recebe até três salários mínimos, numericamente mais numeroso” – Leonardo Sakamoto, jornalista – Portal Uol, 10-01-2021.
“Mirando a conquista da base lulista e a reeleição em 2022, Bolsonaro sabe que seu futuro político depende mais de um programa de transferência de renda parrudo do que do respeito às balizas fiscais e de preocupação com o endividamento” – Leonardo Sakamoto, jornalista – Portal Uol, 10-01-2021.
“Não é à toa que Jair Bolsonaro incentivou que todos mantivessem a "normalidade", voltando ao serviço mesmo nos piores momentos da pandemia. Avalia que, como tem mais gente sem trabalho do que morta pela covid, pesa mais o impacto de 14,1 milhões de desempregados do que 202 mil óbitos” – Leonardo Sakamoto, jornalista – Portal Uol, 10-01-2021.
“Caso a desidratação da popularidade seja forte e a segunda onda da pandemia se estenda, ele pode muito bem mandar o ministro para a Disney” – Leonardo Sakamoto, jornalista – Portal Uol, 10-01-2021.
“Jair Bolsonaro nunca falou tanto sobre o risco de perder a próxima eleição quanto nos últimos meses. A campanha do presidente para desacreditar o sistema de votação com falsas suspeitas de fraude carrega o aparente receio de sofrer uma derrota nas urnas em 2022” – Bruno Boghossian, jornalista – Folha de S. Paulo, 10-01-2021.
“Na reunião ministerial que expôs as entranhas do governo, em abril do ano passado, Bolsonaro deu pistas sobre seu temor em deixar o poder. "Se for a esquerda, eu e uma porrada de vocês aqui tem que sair do Brasil, porque vão ser presos", declarou. "E eu tenho certeza que vão me condenar por homofobia” – Bruno Boghossian, jornalista – Folha de S. Paulo, 10-01-2021.
“Em São Paulo há uma lista impressionante de produtos beneficiados com isenção de ICMS ou alíquotas bem menores das que pagam os demais. Bulbo de cebola, pós-larva de camarão e cavalos puros-sangues, desde que não do tipo inglês, são apenas alguns exemplos dos bens favorecidos. A renúncia com essas desonerações passa de R$ 40 bilhões por ano, bem mais do que o governo federal gasta com o Bolsa Família” – Marcos Lisboa, presidente do Insper, ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda (2003-2005) e doutor em economia – Folha de S. Paulo, 10-01-2021.
“No Brasil da meia-entrada, tem muito empresário que ainda se acha com direito à primeira fila no cinema” – Marcos Lisboa, presidente do Insper, ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda (2003-2005) e doutor em economia – Folha de S. Paulo, 10-01-2021.
“Uma barbaridade. É como colocar a raposa no galinheiro para cuidar das galinhas. Não vai sobrar nada da Ceitec” – Pompeo de Mattos, deputado federal PDT-RS, sobre processo de extinção da estatal, criada na gestão PT, ser relatado por Jorge Oliveira no TCU – Folha de S. Paulo, 10-01-2021.
“O mundo está diante de um espetáculo constrangedor: o presidente dos Estados Unidos pirou. Isso só acontecia em filmes ruins. Desde o dia em que tomou posse, garantindo que ela foi assistida por uma multidão jamais vista, estava no tabuleiro a carta de que se tratava de um mentiroso. Quatro anos depois, com o seu negativismo eleitoral e a mobilização de seus seguidores para a invasão do Capitólio, Trump encarna o personagem do teatrólogo Plínio Marcos em “Dois Perdidos numa Noite Suja”: “Sou o Paco Maluco, o perigoso” – Elio Gaspari, jornalista – Folha de S. Paulo, 10-01-2021.
“Em tempo: se os trumpistas de Washington fossem negros, os mortos da quarta-feira teriam passado da dezena” – Elio Gaspari, jornalista – Folha de S. Paulo, 10-01-2021.
“No dia em que o Brasil bateu a marca dos 200 mil mortos pela Covid, Bolsonaro avisou que, se o Brasil não usar o sistema de voto impresso, terá os mesmos problemas que aqueles criados por Trump nos Estados Unidos. Tudo bem. Seria o caso de ele combinar que na próxima epidemia o presidente do Tribunal Superior Eleitoral acumulará o cargo com o de ministro da Saúde. Certamente ele não falará em cloroquina, “gripezinha” nem “conversinha” de segunda onda” – Elio Gaspari, jornalista – Folha de S. Paulo, 10-01-2021.
“Está claro: um poder enlouquecido de autoritarismo, ambição e desumanidade, se não for enfrentado e vencido cedo, será cada vez mais autoritário, ambicioso e desumano” – Janio de Freitas, jornalista – Folha de S. Paulo, 10-01-2021.
“Maluco por maluco, o nosso é muito mais” – Janio de Freitas, jornalista – Folha de S. Paulo, 10-01-2021.
“Acho que na maioria dos países a democracia não está em perigo. Nos últimos 20 anos, mais ou menos, houve um aumento claro de partidos radicais de direita, mas parece que o apoio para esse tipo de radicalismo de direita fica sempre na faixa de 20% a 25%. O fato é que as instituições representativas tradicionais não funcionam muito bem. Se você é uma pessoa pobre no Brasil, no México, na Espanha, na Grécia, e se pergunta o que essas instituições fizeram por você ao longo da vida, a resposta será “muito pouco”. Desigualdade em alta é sintoma de algo errado com as instituições. Acho que essa crise veio para ficar, mas não ameaça a existência da democracia na maior parte dos países” – Adam Przeworski, cientista político, autor do livro Crises da Democracia – O Estado de S. Paulo, 10-01-2021.
“O que me impressiona é que a religião permeie a política nos EUA e no Brasil atualmente. Os valores tradicionais da família foram ameaçados e alguns partidários de Bolsonaro, por exemplo, defendem a família tradicional. Se você olhar nas pesquisas dos EUA, uma das grandes diferenças na forma de votar está no fato de as pessoas serem casadas ou não. Isso é o que está em jogo. As pessoas se sentem ameaçadas em seu “jeito tradicional de levar a vida” e a religião é uma espécie de linguagem com a qual esses valores são transmitidos. Essa é uma nova divisão. As diferenças religiosas sempre existiram, mas nnca foram colocadas à venda” – Adam Przeworski, cientista político, autor do livro Crises da Democracia – O Estado de S. Paulo, 10-01-2021.
“Eu não sou tão anti-China como muitos são. É um governo brutal, um governo autoritário. O que fazem com os muçulmanos é brutal. A repressão aos ativistas é brutal, mas é um país de 1,4 bilhão de pessoas no qual as pessoas comem cada vez mais e as pessoas não se matam. Quando começo a pensar em China X Índia, os chineses brutalmente mantêm a prosperidade e a segurança e acho que são bem sucedidos nisso. Eu acredito na democracia, no direito de as pessoas se expressarem, escolherem seus governos, mas os chineses foram bem sucedidos em diversos de objetivos que não compartilhamos” – Adam Przeworski, cientista político, autor do livro Crises da Democracia – O Estado de S. Paulo, 10-01-2021.
“Jesus “nos diz que não nos salva do alto, com uma decisão soberana ou um ato de força, um decreto, não: Ele nos salva vindo ao nosso encontro e tomando sobre si os nossos pecados. É assim que Deus vence o mal do mundo: abaixando-se e assumindo. É também a maneira pela qual podemos elevar os outros: não julgando, não intimando, dizendo-lhes o que fazer, mas fazendo-se próximo, compadecendo, compartilhando o amor de Deus. A proximidade é o estilo de Deus em relação a nós. Ele mesmo disse isto a Moisés. Pensem: qual povo tem seus deuses tão próximos como vocês tem a mim? A proximidade é o estilo de Deus para conosco” – Papa Francisco – Vatican News, 10-01-2021.
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Frases do dia – Vacina evita a perda de trilhões de dólares - Instituto Humanitas Unisinos - IHU