22 Junho 2020
O cardeal George Pell, ex-ministro das Finanças do Vaticano, condenado e depois absolvido por abuso sexual em sua terra natal, a Austrália, deve publicar o seu diário da prisão, refletindo sobre a vida em confinamento solitário, a Igreja Católica, a política e os esportes.
A reportagem é de Nicole Winfield, publicada por Crux, 21-06-2020. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
A editora católica Ignatius Press disse à Associated Press nesse sábado, 20, que a primeira edição do diário de 1.000 páginas provavelmente será publicada em meados de 2021.
“Eu já li a metade até agora, e é uma leitura maravilhosa”, disse o editor, o padre jesuíta Joseph Fessio.
Fessio enviou uma carta à lista de e-mails da Ignatius pedindo doações, dizendo que a editora queria dar a Pell um “adiantamento apropriado” pelo diário, para ajudar a compensar as suas dívidas legais. A editora prevê publicar de três a quatro volumes e também que o diário se tornará um “clássico espiritual”.
Pell cumpriu 13 meses de prisão antes que a Suprema Corte da Austrália o absolvesse em abril de molestar dois coroinhas na Catedral de St. Patrick, em Melbourne, enquanto ele era arcebispo da segunda maior cidade da Austrália nos anos 1990.
No diário, Pell reflete sobre tudo, desde as suas conversas com os advogados sobre o seu caso, até política e esportes dos EUA, e seus esforços de reforma no Vaticano. Ele não tinha permissão para celebrar a missa na prisão, mas aos domingos ele relatou assistir a um programa de coral anglicano. Ele também oferece uma avaliação “geralmente positiva, mas às vezes também crítica” de dois pregadores evangélicos dos EUA, disse Fessio por e-mail.
Por muito tempo, Pell insistiu que era inocente das acusações de assédio sexual e sugeriu que seu processo estava ligado à sua luta contra a corrupção no Vaticano, onde ele atuou como czar financeiro do Papa Francisco até a sua saída em 2017 para enfrentar o julgamento.
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Cardeal George Pell publicará seu diário pessoal da prisão - Instituto Humanitas Unisinos - IHU