03 Junho 2020
Os números do avanço do coronavírus na Pan-Amazônia são alarmantes, tanto em relação à população em geral quanto àqueles que especificam a realidade dos povos indígenas. Os últimos dados fornecidos pela REPAM nesta segunda-feira, 1º de junho, elevam o número de infectados para 174.819 e o número de mortos para 7.845, em uma população de 33 milhões de habitantes. No caso dos povos indígenas, esses números, referentes a esta terça-feira, dia 2, com informações da COICA e REPAM, falam de 5.628 indígenas infectados e 548 mortos, entre cerca de 3 milhões de indígenas. Mas devemos insistir em que são números oficiais, pois a subnotificação é algo que está sendo denunciado repetidamente.
A reportagem é de Luis Miguel Modino.
Se considerarmos a Pan-Amazônia como um país, esses números o colocariam em 9º lugar no mundo em número de infecções e em 10º em número de mortes, posições em que deve subir nas próximas semanas, dado o comportamento da curva de difusão e letalidade. Isso é algo que despertou a preocupação do Papa Francisco, como ele próprio expressou no Regina Coeli deste último domingo, festa de Pentecostes.
A preocupação do Papa encontrou diferentes respostas de gratidão na Igreja e nos povos indígenas da Amazônia. Nesta terça-feira, quem se manifestou foi o Presidente da Rede Eclesial Pan-Amazônica - REPAM, Cardeal Claudio Hummes, que depois de agradecer as palavras do querido Papa Francisco, destacou que "devastadora pandemia do coronavírus, as palavras do Santo Padre nos confortam e orientam”, descobrindo nelas a luz que deve guiar “o caminho que a Igreja na Pan-Amazônia irá percorrer”.
Em suas palavras, o cardeal Hummes se referiu à mobilização que toda a Igreja está realizando, "junto com a REPAM e outras entidades católicas, para arrecadar fundos para levar às periferias da Pan-Amazônia". Nesse sentido, podemos citar a campanha da Conferência Latino-Americana de Religiosos - CLAR, no nível latino-americano, "Somos Todos Amazônia", e a que está sendo realizada no Brasil, "A Amazônia precisa de você", uma iniciativa da Pontifícias Obras Missionárias, Caritas, Conferência Brasileira de Religiosos e REPAM-Brasil.
Essas campanhas visam, como afirma o cardeal Claudio Hummes, coletar "contra a fome e para o tratamento devido dos infectados pelo novo coronavírus". Além dessas campanhas específicas, o Presidente da REPAM insiste em que "a Igreja e seus missionários querem estar próximos das populações pobres, para que eles se sintam encorajados no dia a dia".
"Nós todos da Pan-Amazônia, Igreja e população, em especial os povos indígenas, queremos agradecer ao querido Papa Francisco as suas palavras referentes à Pan-Amazônia, pronunciadas na recitação do Regina Coeli, na Praça São Pedro, na festa de Pentecostes.
Nesta devastadora pandemia do coronavírus, as palavras do Santo Padre nos confortam e orientam. Quando ele diz: "Curar as pessoas é mais importante que a economia; nós somos templos do Espírito Santo, a economia não é", ele nos orienta e nos mostra o caminho que a Igreja na Pan-Amazônia irá percorrer. Sim, precisamos guiar-nos por esta luz!
A Igreja toda está se movimentando, junto com a REPAM e outras entidades católicas, para arrecadar fundos para levar às periferias da Pan-Amazônia. Recursos contra a fome e para o tratamento devido dos infectados pelo novo coronavírus. Mas também, a Igreja e seus missionários querem estar próximos das populações pobres, para que eles se sintam encorajados no dia a dia. Louvado seja Deus por esse gesto do Papa Francisco".
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“Na Pan-Amazônia, a Igreja e os missionários querem estar próximos dos pobres, para que se sintam encorajados”, afirma Cardeal Hummes - Instituto Humanitas Unisinos - IHU