21 Fevereiro 2019
O pontificado do Papa Francisco tem se caracterizado por seu compromisso na tolerância zero contra os abusos a menores na Igreja, com gestos sem precedentes, embora para as vítimas e alguns setores ainda reste muito a fazer.
A reportagem foi publicada por Religión Digital, 20-02-2019. A tradução é de Graziela Wolfart.
Os principais gestos do pontífice na luta contra a pederastia foram:
- Em sua primeira audiência, em 5 de abril de 2013, solicita à Congregação para a Doutrina da Fé que, "seguindo a linha instaurada por Bento XVI, atue com firmeza nos casos de abusos sexuais".
- Em 2014 cria a Comissão Pontifícia para a Proteção dos Menores.
- Em julho do mesmo ano celebra uma missa com 6 vítimas de abusos por parte do clero e pede "perdão pelos pecados de omissão" cometidos por líderes da Igreja diante de "crimes graves" como esse.
- Cria, em novembro de 2014, um tribunal especial dentro da Congregação para a Doutrina da Fé, encarregado dos recursos apresentados pelos clérigos em casos de abusos, e para que se acelerem as sentenças.
- Publica em 2016 o Motu Proprio "Como uma mãe amorosa", no qual se estabelece que os bispos que "por negligência ou omissão" causam "danos graves a outra pessoa na comunidade" podem ser expulsos.
- Pede aos bispos de todo o mundo, em uma carta fechada, em dezembro de 2017, que "promovam a vida de nossos filhos para que estes crimes já não se repitam" e para que se estabeleça "clara e honestamente a 'tolerância zero'".
- Em 2018 convoca os bispos do Chile depois de pedir perdão por ter sido mal informado no caso de Juan Barros, acusado de encobrir o sacerdote Fernando Karadima. Todos os bispos apresentam sua renúncia ao Papa.
- Em duas ocasiões (abril e junho de 2018) se encontra em Roma com as vítimas de abusos por parte de clérigos no Chile.
- Em junho desse mesmo ano, aceita a renúncia de cinco bispos chilenos, inclusive Barros. Em outubro, o Papa Francisco expulsa dois bispos chilenos do estado clerical por abuso manifesto de menores.
- Em julho aceita a renúncia do cardeal Theodore McCarrick como membro do Colégio Cardinalício depois que a Arquidiocese de Nova Iorque comunicasse que eram certas as acusações de abusos de menores. No último dia 16 de fevereiro, McCarrick é expulso do sacerdócio.
- Admite que "olhando para o passado, nunca será suficiente tudo o que se fizer para pedir perdão e buscar reparar o dano causado" em uma Carta dirigida ao Povo de Deus, depois da publicação, em agosto de 2018, do Relatório do Grande Júri da Pensilvânia, com documentação de 300 supostos casos de "sacerdotes depredadores" sexuais.
- O pontífice convoca os presidentes das Conferências Episcopais de todo o mundo de 21 a 24 de fevereiro no Vaticano em uma reunião sem precedentes para falar da prevenção dos abusos a menores.
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Os gestos inéditos do Papa Francisco contra a pederastia - Instituto Humanitas Unisinos - IHU