Sophia Andresen na oração inter-religiosa desta semana

Cena do Filme Paris, Texas (1984) | Foto: Janus Films - Divulgação

Mais Lidos

  • O economista Branko Milanovic é um dos críticos mais incisivos da desigualdade global. Ele conversou com Jacobin sobre como o declínio da globalização neoliberal está exacerbando suas tendências mais destrutivas

    “Quando o neoliberalismo entra em colapso, destrói mais ainda”. Entrevista com Branko Milanovic

    LER MAIS
  • Estereótipos como conservador ou progressista “ocultam a heterogeneidade das trajetórias, marcadas por classe, raça, gênero, religião e território” das juventudes, afirma a psicóloga

    Jovens ativistas das direitas radicais apostam no antagonismo e se compreendem como contracultura. Entrevista especial com Beatriz Besen

    LER MAIS
  • Abin aponta Terceiro Comando Puro, facção com símbolos evangélicos, como terceira força do crime no país

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

18 Janeiro 2019

Neste espaço se entrelaçam poesia e mística. Por meio de orações de mestres espirituais de diferentes religiões, mergulhamos no Mistério que é a absoluta transcendência e a absoluta proximidade. Este serviço é uma iniciativa feita em parceria com o Prof. Dr. Faustino Teixeira, teólogo, professor e pesquisador do PPG em Ciências da Religião da Universidade Federal de Juiz de Fora - MG.

Chama à tua claridade

Senhor,
como estás longe e oculto e presente!
Ouço apenas o ressoar do teu silêncio
que avança para mim,
e a minha vida apenas toca
a franja límpida da tua ausência.
Fito em meu redor
a solenidade das coisas
como quem tenta decifrar
uma escrita difícil.
Mas és tu que me lês e me conheces.
Faz que nada do meu ser se esconda.
Chama à tua claridade
a totalidade do meu ser
para que o meu pensamento
se torne transparente e possa escutar
a palavra que desde sempre me dizes.

Fonte: Sophia de Mello Breyner Andresen. Contos exemplares. Porto: Figueirinhas, 1962.

 


Sophia Andresen | Foto: Blog Elfikurten

Sophia de Mello Breyner Andresen (1919 – 2004): Considerada uma das mais importantes poetisas portuguesas do século passado e a primeira mulher lusitana a receber o Prêmio Camões, mais importante honraria literária da língua portuguesa, pela obra Livro Sexto (1962). Também é reconhecida por seus contos e por escrever histórias infantis. Traduziu Dante Alighieri e Willian Shakespeare e integrou a Academia das Ciências de Lisboa. É vista como uma figura expressiva da política liberal, que apoiava o movimento monárquico e denunciava o Regime Salazarista. É autora de diversas publicações, entre elas, Contos Exemplares (1962), A Menina do Mar (1958), O Cavaleiro da Dinamarca (1964), 11 Poemas (1971) e Musa (1994).