O Modelo atual de Capitalismo e suas formas de Captura da Subjetividade e de Exploração Social

Pixabay

Mais Lidos

  • Alessandra Korap (1985), mais conhecida como Alessandra Munduruku, a mais influente ativista indígena do Brasil, reclama da falta de disposição do presidente brasileiro Lula da Silva em ouvir.

    “O avanço do capitalismo está nos matando”. Entrevista com Alessandra Munduruku, liderança indígena por trás dos protestos na COP30

    LER MAIS
  • Dilexi Te: a crise da autorreferencialidade da Igreja e a opção pelos pobres. Artigo de Jung Mo Sung

    LER MAIS
  • Às leitoras e aos leitores

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

Por: Rafael Francisco Hiller | 11 Setembro 2018

Todo o desenvolvimento do capitalismo desde a sua primeira fase, mercantilista, passando posteriormente pelo liberalismo até o presente modelo vigente, financeiro globalizado, passou por inúmeras reformulações e adaptação para conseguir superar suas constantes crises ao longo da história. “As suas teses fundamentais, contudo, permaneceram sempre as mesmas: a centralidade do mercado e a busca do interesse individual de cada um como formas de favorecer o coletivo, a célebre mão invisível do mercado. Como a sua dinâmica não é a distribuição dos recursos para construir a justiça, mas a concentração de capitais para maximizar o lucro, o capitalismo sempre provocou desigualdade e exclusão social.”

No que se refere às inúmeras acusações de desigualdade, os capitalistas pressupõem que existe apenas um único modelo econômico que possibilita a democracia, bem como a sustenta, o modelo capitalista. “Essa sempre foi a justificativa ideológica do capitalismo: a defesa do livre mercado, como base para a democracia. O sociólogo alemão Wolfgang Streeck desmascara este princípio – o capitalismo e a democracia se exigem –, porque demonstra a gradual oposição entre os dois, principalmente em sua atual versão financeira.”

Se tal constatação é verdadeira, o sistema capitalista apenas se mantém por meio do emprego da violência sem medida, necessitando do apoio irrestrito do Estado para perpetuar-se. “Por isso, a moeda, o Estado e a guerra são forças constitutivas e constituintes do capitalismo, sendo, em outras palavras, ontológicas ao próprio sistema. Por isso adverte o Papa Francisco, em uma entrevista de 2016 a caminho de Cracóvia, que não nos enganemos, ‘quando falo de guerras, falo de guerras verdadeiras, não de guerras de religião, mas de uma guerra mundial em mil pedaços (...). É a guerra por interesses, pelo dinheiro, pelos recursos naturais, pela dominação dos povos’. Essa face guerreira e violenta é a versão atual do capitalismo financeiro que sutilmente se impõe pela força a governos e parlamentos.”

José Roque Junges, no Cadernos IHU Ideias de número 277 “busca analisar as características fundamentais do atual modelo de capitalismo:

1) seu cunho financista digital globalizado, provocador de contínuas crises financeiras como meio para a acumulação de mais-valia, através de ajustes fiscais que sacrificam direitos sociais;

2) seu foco na captura biotecnológica da vida que configura uma bioeconomia de otimização do corpo, através da comercialização de produtos que respondem a desejos pela venda de saúde e qualidade de vida, de cuja aquisição muitos estão excluídos;

3) seu processo de produção de mais-valia não mais centrado tanto na manufatura de mercadorias, quanto no domínio de conhecimentos que estão no cérebro das pessoas, que são o capital fixo das empresas que capturam e configuram a subjetividade dessas pessoas”.

 

 O texto está organizado da seguinte forma:

1. Introdução

2. Economia financeira digital globalizada

3. Bioeconomia da capitalização da vida

4. Capitalismo biocognitivo de subsunção da vida

5. Reações políticas à captura biopolítica da vida pelo capitalismo
biocognitivo

6. Considerações finais

José Roque Junges possui graduação em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS (1973), especialização em História do Brasil Contemporâneo pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos - Unisinos (1978), mestrado em Teologia pela Pontifícia Universidad Catolica de Chile (1980) e doutorado em Teologia Moral pela Pontifícia Università Gregoriana de Roma, Itália (1985). Atualmente é professor de bioética nos cursos de graduação da área de saúde e professor/pesquisador do PPG em Saúde Coletiva da Unisinos.

Para acessar o texto: clique aqui

Para adquirir a versão impressa, o pedido deve ser feito para Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Leia mais