Caso Eluana: um breve histórico

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15 Novembro 2008

A Suprema Corte da Itália autorizou nesta quinta-feira a suprimir a alimentação e hidratação que mantém viva Eluana Englaro, 37, em coma irreversível desde 1992. Seu pai, Beppino Englaro, mantinha uma longa batalha legal para conseguir esse objetivo.

A decisão divide a Itália e é qualificada pela Igreja Católica como “um assassinato”, mas não poderá ser alterada. O Supremo considerou “inadmissível” o recurso do Ministério Público, e resolveu abrir o precedente: foi a primeira vez que um tribunal italiano decidiu que deixasse de ser alimentada e hidratada uma pessoa em coma.

Eluana sofreu um acidente de carro no dia 18 de janeiro de 1992, que a deixou em um coma irreversível em um hospital da localidade de Lecco, no norte da Itália. Ela tinha 18 anos. Desde então, o que a mantém viva é uma sonda alimentar. Cinco anos depois do acidente, o pai de Eluana começou uma batalha legal para que a lei lhe permitisse suprimir a vida de sua filha, privando-a de alimentação e hidratação.

Em julho, a Audiência Provincial de Milão autorizou que fossem interrompidos os tratamentos que mantêm Eluana viva. Várias associações e movimentos, alguns deles católicos, ofereceram-se para atender Eluana.

Para suprimir a alimentação assistida, o tribunal milanês havia levado em conta dezenas de testemunhos de familiares e amigos. Eles defenderam que a “extraordinária visão da vida” de Eluana era “irreconciliável” com a perda total e irreversível das faculdades psíquicas e com a sobrevivência “apenas biológica do seu corpo”, informa a Folha de S.Paulo.

Esta última decisão, agora da Suprema Corte, permite a eutanásia de uma pessoa em coma irreversível pela primeira vez na Itália.

Segundo a vontade de seu pai, Eluana abandonará o instituto onde se encontra assistida por freiras desde abril de 1994 e será levada a uma clínica onde passará as últimas horas de vida.