20 Janeiro 2017
O Arcebispo Metropolitano de San Juan, Roberto González Nieves, agradeceu hoje ao presidente dos EUA, Barack Obama, pelo perdão do prisioneiro político porto-riquenho Oscar López Rivera, que passou 35 de seus 74 anos encarcerado.
"Em nome dos bispos da Conferência Episcopal de Porto Rico, gostaríamos de agradecer ao Papa Francisco pelas suas intervenções a favor da libertação de Oscar López Rivera", disse González Nieves, que na semana passada detalhou os esforços feitos pelo Vaticano.
A informação é publicada por Radio Nuevitas, 17-01-2017. A tradução é de Henrique Denis Lucas.
O arcebispo de San Juan destacou o "gesto de clemência (de Obama), depois de ouvir o apelo do povo de Porto Rico e dos líderes mundiais" que, consistentemente, exigiram a libertação do prisioneiro condenado por conspiração insurgente por sua luta pela independência de Porto Rico, sob o domínio colonial dos Estados Unidos desde 1898.
González Nieves também expressou seu agradecimento e reconhecimento ao povo porto-riquenho pela determinação com a qual se uniu espiritualmente por esta causa nobre, e que esta unidade seja um prenúncio para que haja uma respeitosa união na diversidade.
"Na nobre causa da libertação de Oscar López Rivera uniram-se políticos de todos os partidos e ideologias, religiosos de diferentes confissões, porto-riquenhos daqui e da diáspora. Quando os porto-riquenhos conseguem se unir, podem ser capazes de grandes feitos, mesmo aqueles que nos parecem impossíveis", frisou o hierarca religioso.
O prelado católico argumentou que nunca deve-se perder a esperança, quando em Porto Rico. “Devemos sempre manter a esperança no que acreditamos e no que queremos, ainda que essa esperança pareça impossível, e em outras ocasiões, irracional”.
"Gostaria de dar, do fundo do meu coração, graças a Deus pelo anúncio da mudança na sentença de Oscar López Rivera, reafirmando mais uma vez o ditado de Jesus, que diz que o impossível para o homem é possível para Deus", disse González Nieves a partir da sua vocação católica.
O indulto concedido por Obama, submetido à constantes reivindicações do povo de Porto Rico e dos porto-riquenhos residentes nos Estados Unidos, além da solidariedade internacional, não se concretizará até dia 17 de maio, quando López Rivera será libertado.
Na segunda-feira, a Coalizão Ecumênica e Inter-religiosa de Porto Rico, a qual pertencem os principais hierarcas religiosos, incluindo o Arcebispo Metropolitano de San Juan, González Nieves, manifestaram-se no Velho Distrito de San Juan na reivindicação a Obama pelo perdão do prisioneiro político borícua.
A família de López Rivera, confinado na prisão Tere Haute, em Indiana, temia que o presidente eleito Donald Trump se posicionasse de maneira insensível frente à petição, o que praticamente tornaria impossível que López fosse libertado durante o seu mandato, que termina em 2020.
López Rivera, um veterano da Guerra do Vietnã, condecorado com a medalha de bronze pelo seu valor, foi preso por ações que não estão vinculadas com atos de violência e já havia cumprido mais tempo na prisão do que o falecido líder sul-africano Nelson Mandela, que passou 27 anos atrás das grades por sua luta contra o apartheid.
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Porto Rico. Arcebispo agradece a Obama o perdão do porto-riquenho López Rivera - Instituto Humanitas Unisinos - IHU