04 Mai 2016
"Sem generalizar, obviamente, eu acho que se pode dizer que, para as mulheres, não apenas na Igreja Católica, mas também em parte do mundo judaico, acontece como com os ciclistas da cidade de Roma: eles não são vistos. Não é que haja uma relação em relação a eles, isso não. Simplesmente, às vezes, há como que um desinteresse. Por esse motivo, a iniciativa do novo caderno mensal feminino do L'Osservatore Romano é importante, porque pode ajudar a mudar esse estado de coisas."
Anna Foa, historiadora, escritora, intelectual da religião judaica, desde sempre comprometida no fronte da memória, está na redação do caderno Donne Chiesa Mondo [Mulheres Igreja Mundo].
A reportagem é de Paolo Rodari, publicada no jornal La Repubblica, 03-05-2016. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Eis a entrevista.
Como nasceu essa colaboração?
Há muito tempo, pediam-me para colaborar com a revista, com artigos e contribuições sobre vários temas. E agora também de fazer parte da redação, onde se respira um clima bonito, embora às vezes em uma disparidade de pontos de vista.
A suas posições são valorizadas?
Sempre. Nunca fui censurada em nada. Nem nunca vi algum tipo de fechamento. É um trabalho de enriquecimento recíproco. O tema das mulheres é o grande tema que divide, por exemplo, parte do mundo islâmico dos não islâmicos. E é bom que católicos e judeus comecem a propor um trabalho de aprofundamento comum.
Quais temas principais vocês aprofundaram nesses anos?
Tivemos muitas discussões, que depois confluíram para as páginas, sobre o tema da filosofia das mulheres, sobre as mulheres pensadoras que tornaram grande a nossa civilização. Dedicamos um longo aprofundamento para as mulheres doutoras da Igreja. Estudos úteis para todos, especialmente para compreender como as mulheres podem oferecer à Igreja e também aos não crentes.
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"O meu ponto de vista é crítico, mas sempre foi bem-vindo no Vaticano." Entrevista com Anna Foa - Instituto Humanitas Unisinos - IHU