15 Abril 2016
Um arcebispo polonês que renunciou ao cargo após molestar sexualmente seminaristas foi advertido pelo Vaticano a permanecer longe das comemorações em torno da conversão cristã da Polônia e da visita que o Papa Francisco fará ao país.
A reportagem é de Jonathan Luxmoore, publicada por Catholic News Service, 13-04-2016. A tradução é de Isaque Gomes Correa.
“O Santo Padre reitera decisivamente o seu convite para que você leve uma vida privativa de arrependimento e oração”, disse Dom Celestino Migliore, núncio apostólico em Varsóvia.
“As notícias na imprensa sobre a sua participação em celebrações oficiais do aniversário de batismo da Polônia criaram uma situação nova de comoção desnecessária e prejudicial para a Igreja no país e para a Santa Sé. Isso contradiz flagrantemente as instruções lhe foram dadas”.
A carta a Dom Juliusz Paetz, ex-arcebispo de Poznan, foi divulgada em 13 de abril pela Conferência Episcopal polonesa depois que o arcebispo contou a jornalistas locais que “não via motivos” para não participar das celebrações em Poznan entre os dias 14 e 16 de abril, onde também estará presente o Cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano.
Enquanto isso, a equipe de comunicação da Conferência Episcopal do país disse que o arcebispo fora advertido pelo Vaticano em 2013 a “abster-se de participar em celebrações públicas”, acrescentando que era “difícil imaginar” que ele novamente ignoraria a ordem durante a vista do papa à Polônia para a Jornada Mundial da Juventude em Cracóvia entre os dias 27 e 31 de julho.
São João Paulo II aceitou a renúncia de Paetz em 2002 após o arcebispo ter sido acusado de abusar repetidas vezes sexualmente de seminaristas.
No entanto, o arcebispo continuou vivendo na cúria de Poznan e participando de eventos da Igreja, incluindo eventos de consagração de bispos e participando de audiências com o papa em Roma, onde trabalhou entre 1967 e 1982.
Em 2006, ele apareceu na televisão polonesa saudando o Papa Bento XVI durante a visita do hoje Papa Emérito ao país, enquanto que em 2009 um telegrama escrito pelo papa fora publicado a pedido de Paetz em uma revista católica, cumprimentando-o pelo seu “serviço frutífero” e por seu “trabalho salvador para o bem da Igreja”.
Em junho de 2010, o padre jesuíta Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano, confirmou que a “reabilitação do arcebispo não tinha fundamento”. Ele acrescentou ainda que a retirada de uma proibição de 2002 relativa a administrar os sacramentos em sua ex-diocese depende do atual arcebispo de Poznan, Dom Stanislaw Gadecki, que preside também a Conferência dos Bispos da Polônia.
As celebrações do 1050º aniversário da conversão cristã da Polônia sob o comando de King Mieszko I em 966 devem incluir missas e vigílias, assim como uma sessão comemorativa do parlamento polonês.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Vaticano reitera que arcebispo polonês não pode participar de eventos religiosos públicos - Instituto Humanitas Unisinos - IHU