29 Janeiro 2017
Fonte: http://jblibanio.org.br/ No dia 30 de Janeiro de 2014, em Curitiba/PR, a teologia brasileira e latino-americana silenciava-se por um instante. Não é um silêncio catastrófico, pois pleno de esperança possibilita percorre novos caminhos, deixando-se fluir com novos ecos desde o legado humano e intelectual compartilhado por João Batista Libanio. As dimensões constitutivas como dádiva, fidelidade e liberdade são experiências que compõem o itinerário desse mestre, que sempre soube dialogar com questões eminentes, interagindo fé e contemporaneidade. A erudição intelectual não perdeu-se nos "Castelos de Marfins" edificados por muitos(as) teológos(as) e especialistas do sagrado, que tornam seus gabinetes/teorias lugares/espaços intocaveis e impenetraveis. Ao contrário, João Batista Libanio, cria pontes e caminhos alternativos para uma reflexão critica, tendo como referências fundamentais o Evangelho e a Realidade.
"Muitos são os requisitos da maestria
e dentre eles são imprencindíveis
o dominio do saber e a clareza do dizer.
São duas virtudes que o Pe. Libanio possuia em abundância"
Carlos Roberto Drawin
Revista IHU On-line 394
Ele nasceu em Belo Horizonte, em 1932. Foi padre jesuíta, escritor e teólogo brasileiro. Ensinava na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (ISI – FAJE) em Belo Horizonte, e foi vigário da paróquia Nossa Senhora de Lourdes, em Vespasiano, na Grande Belo Horizonte. Fez seus estudos de Filosofia na Faculdade de Filosofia de Nova Friburgo-RJ e cursou em Letras Neolatinas, pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Seus estudos de teologia sistemática foram efetuados na Hochschule Sankt Georgen, em Frankfurt, Alemanha, onde estudou com os maiores nomes da teologia europeia. Seu mestrado e doutorado (1968) em teologia foram obtidos na Pontifícia Universidade Gregoriana (PUG) de Roma.
“A experiência do Vaticano II,
seu debate teológico e eclesial,
sua postura de diálogo e atenção ao mundo contemporâneo,
sua opção ecumênica, permeiam toda a teologia do Libanio”.
José Oscar Beozzo
Revista IHU On-Line 394
Foi Diretor de Estudos do Pontifício Colégio Pio Brasileiro em Roma durante os anos do Concílio Vaticano II, o que facilitou seu contato com os bispos e assessores de todo o Brasil. Retornou ao Brasil em 1968, onde por mais de trinta anos dedica-se ao magistério e pesquisa teológica, na linha da teologia da libertação. Foi professor de teologia na Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos, em São Leopoldo, Rio Grande do Sul, e do Instituto Teológico da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Posteriormente foi professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Em 1982, Libânio retornou a Belo Horizonte.
Fonte:http://jblibanio.org.br/
"Acolhi a vida como dom. Não pedi para viver.
Sem dar-nos conta, tecemos a vida com os fios de cada pessoa
com que encontramos, da que rezou por nós,
de quem nos influenciou até mesmo através dos séculos pelos escritos,
pelo enriquecimento da tradição que nos envolve”.
João Batista Libanio
Revista IHU On-line 394
Foi autor de cerca de 125 livros, dos quais 36 de autoria própria e os demais em colaboração com outros autores, alguns editados em outras línguas. Além disso, possui mais de 40 artigos publicados em periódicos especializados, e inúmeros artigos em jornais e revistas. Foi assessor da Conferência dos Religiosos do Brasil – CRB e do Instituto Nacional de Pastoral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, além de assessorar encontros das Comunidades Eclesiais de Base – CEBs.
Na página pessoal na internet - www.jblibanio.com.br é possivel ter acesso a textos, artigos, homilias, videos, etc.
Fonte: IHU A revista IHU On-Line, nº 394, sob o título "J. B. Libânio. A trajetória de um teólogo brasileiro. Testemunhos", celebrou os seus 80 anos de vida. Para acessar a revista, clique aqui. Na revista podem ser lidos, além do depoimento do próprio teólogo sob o título "Acolhi a vida como um dom", os testemunhos de alguns(as) que na existência e no labor científico cruzaram pelas veredas e tiveram Libanio como companhia agradável e interpeladora. Dentre eles(a):
Leonardo Boff, Um ponto de equilibrio dentro da Teologia da Libertação
José Oscar Beozzo, O Vaticano II é o elemento estruturante da teologia de João Batista Libanio
Faustino Teixeira, Um testemunho de abertura, respeito e liberdade
Carlos Roberto Drawin, Um mestre
Maria Teresa Bustamante Teixeira, A junção da erudição, da simplicidade e da acolhida.
Pedro Rubens, Uma teologia simpática
Luís Carlos Susin, Um discípulo da realidade
Geraldo De Mori, Um pensamento teológico com a marca da atualidade
Edward Neves Monteiro de Barros Guimarães, Ao mestre do "Caminho" e amigo do coração
A última entrevista que o teólogo concedeu ao Instituto Humanitas Unisinos - IHU foi publicada no dia 08-08-2013, sob o título Uma Igreja mais pastoral e menos administrativa.
Fonte: IHU
No Cadernos Teologia Pública, número 16, reflete sobre a Contextualização do Concílio Vaticano II e seu desenvolvimento.
O Concílio Vaticano II encerrou a longa etapa da Contra-Reforma e da neocristandade, modificando profundamente o clima da Igreja. A sus contextualização implica vários passos:
1. Alguns traços da Igreja da Contra-Reforma;
2. Realidades socioculturais que provocaram a crise desse modelo;
3. A crise dentro da Igreja, provocada pela entrada da modernidade;
4. Fatores imediatos que decidiram sobre a convocação e a orientação do Concílio nos seus inícios;
5. Evento conciliar
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No Cadernos Teologia Pública, número 37, reflete sobre Nas pegadas de medellín: as opções de Puebla.
As realidades históricas passadas paradoxalmente perdem-se no olvido sob muitos aspectos e persistem nas conseqüências reais, na configuração simbólica e nos dados acessíveis às pesquisas historiográficas. A Conferência de Puebla sumiu-se no horizonte da Igreja com a imensa parafernália de poder e controle, armada pela secretaria do Celam em articulação com dicastérios romanos. Isso pertence definitivamente ao passado. Na Conferência de Puebla, houve muitas lutas, vitórias e derrotas de diferentes grupos antagânicos respectivamente, alegrias e tristezas, gozos e sofrimentos. As pessoas levaram isso consigo e vários protagonistas daquele evento já se foram à casa do Pai, carregando segredos e confidências: o Papa que o convocou, o Presidente do Celam (Cardeal Aloísio Lorscheider), seu secretário geral (Cardeal López Trujillo) e inúmeros outros personagens decisivos no seu desenrolar, como Dom Luciano Mendes de Almeida. Ficaram-nos sobretudo a simbólica e o texto, que caem sob nosso crivo analítico. Há ainda testemunhas vivas que podem trazer novos depoimentos que ressuscitem aquele evento em pormenores desconhecidos. Mas, pouco a pouco, elas se apagam pelo correr dos anos. Estamos a quase 30 anos de distância. As opções de Puebla entendem-se, naturalmente, no contexto social, politico, econômico e cultural.
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Por Jéferson Ferreira Rodrigues
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João Batista Libanio: fidelidade, dádiva e liberdade - Instituto Humanitas Unisinos - IHU