29 Janeiro 2016
O Fr. Timothy Radcliffe, O.P., continua a gerar burburinhos, mesmo que ele tenha se aposentado como comandante-geral da Ordem Domicana de 800 anos. Isto é em parte por causa dos apelos de pregadores controversos para que a Igreja seja mais acolhedora em relação às pessoas homossexuais.
A reportagem foi publicada por CBCP News, 25-01-2016. A tradução é de Evlyn Louise Zilch.
Então, os jornalistas perguntaram ao britânico dominicano de 70 anos de idade, um dos oradores principais do 51o. Congresso Eucarístico Internacional, se ele apoiava o casamento gay. Radcliffe disse que a posição da Igreja também era a dele.
Fr. Timothy Radcliffe, antigo mestre dos Dominicanos |
“Na verdade a minha posição sobre o casamento gay é a da Igreja. As pessoas gostam de tentar encontrar escândalos. Elas gostam de ficar chocadas. Algumas pessoas nunca são tão felizes como quando elas estão chocadas”, Radcliffe disse a repórteres depois de sua sessão simultânea sobre “A Virtude Cristã da Esperança” no Pavilhão da IEC.
“Se você olhar para o que eu disse, eu nunca aprovei o casamento gay. Eu só disse que a comunidade deve ser aberta a pessoas homossexuais como disse o Papa Francisco, como o meu próprio cardeal-arcebispo na Inglaterra (Vincent Nichols) diz”, disse ele.
“Devemos estar abertos para acolher qualquer um, mas eu nunca disse que eu acredito no casamento gay. Mas você vê algumas pessoas que gostam de bisbilhotar (uma pessoa) e, geralmente, é a sua própria invenção”, acrescentou Radcliffe.
Consultor do Vaticano
O perfil de Radcliffe está novamente aparecendo na Igreja, depois que o Papa Francisco o nomeou consultor do Pontifício Conselho para Justiça e Paz em março do ano passado. Na Inglaterra, onde os dominicanos são conhecidos como os Blackfriars, ele é o diretor do Instituto de Las Casas, um centro de pesquisa nomeado em homenagem a Bartolomeu de las Casas, que lutou com colonizadores espanhóis em nome dos oprimidos nativos americanos no século 16.
Os dominicanos estão marcando o oitavo centenário da sua fundação este ano, e o Vaticano proclamou um jubileu para marcar a ocasião histórica. Como Dominicano mestre-geral entre 1992 e 2001, Radcliffe viajou extensivamente, e ajudou a obter o estatuto de ONG para o a sua ordem nas Nações Unidas.
O que decepciona Radcliffe, que tem sido criticado por celebrar missas para a comunidade gay de Londres, sobre como as pessoas gays são tratadas?
"Eu acho que as pessoas sempre querem saber o que estão fazendo na cama. O que isto tem haver comigo para eu sair por aí perguntando o que eles estão fazendo na cama? Eu não faço isso", disse ele.
“Todo mundo está em sua jornada e Papa Francisco disse ‘quem sou eu para julgar?’ Então eu acho que tudo o que nós fazemos é ajudar as pessoas em suas jornadas em direção a Deus, cada pessoa em sua própria maneira. Deve ser uma ajuda, não deve ser um obstáculo”.
‘Pobreza, uma pena de morte’
Em sua palestra na IEC, Radcliffe disse que a esperança pode ser encontrada nas crianças. “Ensinar os jovens é um dos maiores sinais de esperança”, disse ele.
Ele lamentou os esforços para conter a população, citando os problemas trazidos pelo envelhecimento das sociedades. O maior problema para ele, no entanto, é a crescente desigualdade entre ricos e pobres. A pobreza é uma pena de morte, disse ele.
"A Eucaristia é o nosso grande sinal de esperança, os sacramentos são sinais – eles expressam esperança que está além das palavras. Às vezes é difícil permanecer na Igreja, mas nós habitamos, porque Deus permanece conosco”.
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Frade Dominicano nega apoio ao casamento de mesmo sexo - Instituto Humanitas Unisinos - IHU