Por: Jonas | 27 Janeiro 2016
Se o cronograma das negociações entre o Governo e as FARC for respeitado e antes de fins de março forem assinados e anunciados os acordos, a paz tão almejada pelos colombianos chegará antes da viagem do Papa Francisco ao país andino. A viagem será em 2017, “no primeiro semestre”. Foi o que informou dom Luis Augusto Castro Quiroga, presidente da Conferência Episcopal da Colômbia, que nesta manhã foi recebido pelo Papa Francisco, primeiramente, e depois pelo Secretário de Estado, Pietro Parolin. Está se trabalhando em um programa que leve o Pontífice “não tanto aos santuários, mas aos lugares onde possa se encontrar com o maior número possível de colombianos”, e os bispos apresentaram no Vaticano um esboço do programa da viagem. Será “de três ou cinco dias, ainda não sabemos – disse dom Castro Quiroga –, mas será uma boa visita do Papa, a diferentes regiões do país”.
A reportagem é publicada por Tierras de América, 24-01-2016. A tradução é do Cepat.
“Após a audiência de hoje – afirmou o bispo colombiano a um grupo de jornalistas de meios de comunicação internacionais –, posso dizer duas coisas, não extraordinárias, mas certas: a primeira é que Francisco confirmou o seu desejo de visitar a Colômbia e a segunda é que está sendo feito o possível para realizar a viagem, no mais tardar, no primeiro semestre de 2017, porque a agenda deste ano já está completa”. “Para esse período – acrescentou -, o processo de paz estará ainda mais amadurecido e a visita do Pontífice poderá colocar um ponto firme em tudo isto”.
Entre as etapas da viagem do Papa Francisco a Colômbia, disse dom Castro Quiroga, sem dúvida estará a região de Choco, uma das mais pobres da Colômbia. Não está claro se a viagem também incluirá outros países da América do Sul: “Não sei. Sei que se fala do Brasil, depois vêm os argentinos que choram, vem o Chile, mas a Colômbia é uma prioridade” na agenda papal.
Na audiência, continuou dizendo o prelado, os bispos puderam confirmar “o quanto de atenção o Papa tem pelo processo de paz na Colômbia”, como já demonstrou em várias ocasiões, inclusive em Cuba, onde “o vi insistir para nos encontrarmos, o que não estava previsto no programa”. “O Papa – ressaltou dom Castro Quiroga – todas as vezes que se pronunciou sobre o processo de paz foi muito claro, é uma questão que implica, mas claro não condiciona sua viagem a Colômbia, cujo primeiro objetivo é encontrar o maior número possível de colombianos”.
De qualquer modo, “Francisco tem todas as informações sobre o processo” de paz. A delegação de bispos – junto com o presidente, foram recebidos no Vaticano o arcebispo de Bogotá, Rubén Salazar Gómez, o vice-presidente da Conferência Episcopal, dom Oscar Rubino Ortega e o Secretário Geral, dom José Daniel Falla Robles – também pôde conversar com o Secretário de Estado, dom Parolin. “Com o cardeal Parolin – disse dom Castro Quiroga – conversamos primeiro sobre a Venezuela, que ele conhece porque foi núncio lá, e depois a respeito do processo de paz”.
“Contudo, com o Papa – acrescentou – falamos a fundo sobre a questão da justiça. Disse-nos que devemos ter cuidado porque não há justiça sem esperança e, por isso, sou tão contrário à pena de morte, porque é uma justiça onde não se oferece esperança a ninguém”. Os bispos entregaram ao Papa Francisco numerosos presentes e vários mapas da Colômbia.
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Colômbia. Primeiro chega a paz e depois o Papa, em 2017 - Instituto Humanitas Unisinos - IHU