21 Janeiro 2016
Sandro Magister, jornalista, comenta, a visita da Igreja Luterana da Finlândia ao papa Francisco e as suas importantes reflexões, criticadas por ele, em post publicado no blog Settimo Cielo, 20-01-2016, sob o título “Férias romanas dos luteranos da Finlândia. Com comunhão católica”. A tradução é de IHU On-Line.
Eis o comentário.
“Eu pergunto: mas nós não temos o mesmo batismo? Se temos o mesmo batismo, devemos caminhar juntos”.
Isto disse, entre outras coisas, o papa Francisco, ao responder, no dia 16 de novembro do ano passado, a uma luterana que lhe havia perguntado se podia comungar na missa juntamente com seu marido católico.
Na audiência geral desta quarta-feira, 20-01-2016, o papa retomo o mesmo conceito:
“No centro da catedral luterana de Riga há uma fonte batismal desde o século XII, no tempo em que a Letônia foi evangelizada por São Mainardo. Aquela fonte é sinal eloquente de uma origem de fé reconhecida por todos os cristãos da Letônia, católicos, luteranos e ortodoxos. Tal origem é o nosso comum batismo... A partilha desta graça cria uma ligação indissolúvel entre nós cristãos, tanto que, em virtude do batismo, todos nos possamos considerar realmente irmãos... Todos, católicos, ortodoxos e protestantes, formamos um sacerdócio régio e uma nação santa”.
Francisco desta vez não foi além. No entanto, o pastor luterano de Roma, Jens-Martin Kruse, que acolheu o Papa na sua igreja, no dia 16 de novembro de 2015, escutou suas palavras e tirou estas conclusões:
“O papa convidou cada fiel a assumir sua própria responsabilidade ante Deus, ao decidir segundo a consciência se é possível a participação comum, entre católicos e protestantes, na eucaristia. Não existem razões teológicas para que isto não possa acontecer”.
O pastor Kruse disse isto numa entrevista a Zenit, no dia 19 de janeiro. E, precisamente nesta data, em Roma, houve quem passou das palavras aos fatos.
Na manhã do dia 19 de janeiro, o papa Francisco recebeu em audiência, no Vaticano, a uma delegação da Igreja luterana da Finlândia, liderada por uma mulher, Irja Askola, bispa de Helsinki, acompanhada de representantes das minorias ortodoxa e católica, os bispos Ambrosius e Teemu Sippo.
Depois da audiência com o papa, no decorrer das celebrações litúrgicas oficiadas pela delegação em Roma, juntamente com grupos de fieis vindos da Finlândia, aconteceu que durante a missa católica, a comunhão foi dada também aos luteranos.
Isto, ao menos, é o que noticiou o semanário luterano finlandês “Kotimaa”, assinalando a surpresa de um membro da delegação, Samuel Slami, bispo de Oulu, segundo o qual os oficiantes católicos sabiam muito bem que estavam dando a comunhão também aos luteranos.
Irja Askola, bispa luterana de Helsinki, é notoriamente ultraliberal, não somente no que se refere à intercomunhão mas também sobre o casamento homossexual.
Curiosamente, no entanto, estas posições dos luteranos da Finlândia, são contestadas pelas Igrejas luteranas dos vizinhos países bálticos, sobretudo, pela Igreja da Letônia, precisamente aquela onde está fonte batismal indicada pelo papa Francisco como símbolo da fraternidade ecumênica.
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Comunhão católica e os luteranos da Finlândia - Instituto Humanitas Unisinos - IHU