11 Janeiro 2016
O Senhor ama sempre e ama por primeiro, não importa o quanto sejamos pecadores. Nem todo o amor vem de Deus, mas Deus o "verdadeiro amor". É a reflexão sobre a qual o Papa Francisco baseou a sua homilia da missa da manhã na capela da Casa Santa Marta, conforme relatado pela Rádio Vaticano.
A reportagem é de Domenico Agasso Jr., publicada no sítio Vatican Insider, 08-01-2016. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
As palavras-chave da pregação são amor e compaixão: o pontífice analisa o quanto Cristo e o homem podem entendê-las diferentemente.
O Papa Bergoglio se inspira na Primeira Carta de São João Apóstolo, em que se reflete sobre dois mandamentos principais da vida de fé: o amor a Deus e o amor ao próximo.
Afirma Francisco: o amor, por si mesmo, "é belo, amar é belo", mas um amor sincero "se faz forte e cresce no dom da própria vida"
Muitas vezes, abusa-se da palavra "amor", observa Francisco, "e não se sabe, quando se usa, o que significa exatamente. O que é o amor? Às vezes, pensamos no amor das telenovelas. Não, isso não parece amor. Ou o amor pode parecer um entusiasmo por uma pessoa e depois... se apaga. De onde vem o verdadeiro amor?". Eis a resposta: "Aquele que ama foi gerado por Deus, porque Deus é amor. Não diz: 'Todo o amor é Deus', não: Deus é amor".
O apóstolo João evidencia uma característica crucial do amor do Senhor: ele ama "por primeiro". Tem-se uma confirmação disso, por exemplo, na cena do Evangelho da multiplicação dos pães, proposta pela liturgia do dia: Jesus olha para a multidão, para as pessoas, e tem "compaixão" delas. E isso "não é a mesma coisa que ter pena", porque o amor que Cristo sente pelas pessoas ao seu redor "leva-O a 'sofrer com' elas, a se envolver na vida das pessoas".
Assim, "quando temos algo no coração e queremos pedir perdão ao Senhor, é Ele que nos espera para dar o perdão".
Depois, a referência ao Jubileu extraordinário em andamento: "Este Ano da Misericórdia também é um pouco isto: que nós sabemos que o Senhor está nos esperando, a cada um de nós. Para quê? Para nos abraçar. Nada mais. Para dizer: 'Filho, filha, te amo. Deixei que crucificassem o meu Filho por ti. Este é o preço do meu amor'. Esse é o presente de amor".
O papa garante: Deus espera as pessoas de todos os tempos, "o Senhor quer que eu abra a porta do meu coração". Nesse ponto, Jorge Mario Bergoglio salienta: se nascem os escrúpulos, o medo de não se sentir digno do amor de Deus, "é melhor, porque Ele te espera assim como tu és, não como te dizem que se deve fazer".
Assim, "ir ao encontro do Senhor – é o apelo final do pontífice – e dizer: 'Mas tu sabes, Senhor, que eu te amo'. Ou, senão, dizer assim: 'Tu sabes, Senhor, que eu gostaria de te amar, mas sou muito pecador, muito pecadora'. E Ele vai fazer o mesmo que fez com o filho pródigo que gastou todo o dinheiro nos vícios: não vai deixar tu acabares o teu discurso, com um abraço, vai te fazer calar. O abraço do amor de Deus".
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Papa: o abraço de Deus cala a acusação de pecado - Instituto Humanitas Unisinos - IHU