"Palavras bonitas do papa, mas a política é outra coisa.'' Entrevista com Peter King

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26 Setembro 2015

"O papa – diz Peter Thomas King, chamado de "Pete", deputado republicano (e ultraconservador) de Nova Iorque – nos deu uma grande lição, convidando-nos a aplicar a dimensão moral à crise de hoje. E, obviamente, eu concordo com isso, embora tenha divergências sobre as suas indicações políticas, começando por aquelas sobre as migrações."

A reportagem é de Arturo Zampaglione, publicada no jornal La Repubblica, 25-09-2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
 
Como muitos de seus colegas da direita, King, 71 anos, tenta se acomodar entre duas exigências opostas: de um lado, participar do entusiasmo coletivo – especialmente ele que é católico e que frequentou escolas religiosas – pela primeira visita do Papa Francisco aos Estados Unidos; de outro, responder diplomaticamente às posições de Bergoglio, que são muito diferentes das da maioria do Partido Republicano, especialmente sobre o clima, os migrantes e as vinculações ao capitalismo.

Eis a entrevista.
 
Por que você não concorda com as posições do papa sobre os migrantes?

Eu também venho de uma família de imigrantes [seu avô nasceu na Irlanda], mas considero que deve haver um equilíbrio entre a vontade de ajudar os desesperados do mundo e a proteção da segurança nacional: caso contrário, não serviriam nem passaportes nem autoridades de fronteira. Portanto, devemos abordar o cerne das migrações com serenidade e de modo bipartidário, tendo em conta a opinião política do papa, mas também de outros.

Mas você parece querer fechar a porta aos refugiados sírios.

Digo apenas que devemos ter atenção, porque os jihadistas do IS poderia se mascarar de refugiados, chegar aos Estados Unidos e semear o terror.
 
Você é católico: o que sentiu ao ouvir as palavras do papa?

Foi um momento muito emocionante. Lembro que os adversários de John Kennedy, o primeiro presidente católico, diziam que ele teria feito o papa entrar na América sub-repticiamente. Ao contrário, Francisco, com o seu hábito branco, entrou agora pela porta principal do Congresso, entre os aplausos de todos e levando a sua mensagem de verdade.