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10 Julho 2015

Ontem, em Quito, o Papa Francisco pronunciou três importantes alocuções, claras e lúcidas, intensas e, em muitas passagens, originais. Em sua homilia da Santa Missa, celebrada no Parque do Bicentenário, presentes pelo menos um milhão e meio de pessoas, o Papa ilustrou um pensamento, um ensinamento verdadeiramente “revolucionário”. O Pontífice disse: “E a evangelização pode ser veículo de unidade de aspirações, de sensibilidade, de sonhos e até de certas utopias. Certamente o pode ser e isto nós cremos e clamamos”.

Concluindo a homilia, Francisco acrescentou: “Dando-se, o homem se encontra novamente consigo mesmo, com sua verdadeira identidade de filho de Deus, semelhante ao Pai e, em comunhão com Ele, doador de vida, irmão de Jesus, do qual dá testemunho. Isto significa evangelizar, esta é a nossa revolução – porque a nossa fé é sempre revolucionária – este é o nosso mais profundo e constante clamor.”

O texto é de Luis Badilla, publicado pelo sítio Il Sismografo, 08-07-2015. A tradução é de Benno Dischinger.

Nas palavras do Papa se pode ler um conteúdo que talvez no passado tenha faltado à exortação sobre a "Nova evangelização” (lançada por João Paulo II na América Latina), à qual com frequência, por anos, não se conseguiu dar um conteúdo sólido, original e convincente. Os dizeres tem sido repetidos por muitos anos de modo retórico, quase como uma fórmula ritual, a ponto de gradualmente cair no olvido.

Talvez, agora, o Papa Francisco tenha conseguido definir os últimos conteúdos do que seria uma verdadeira e autêntica, real e concreta “Nova Evangelização”. Eis as suas palavras: “Já tive um modo de dize: “Enquanto no mundo, especialmente em alguns Países, reaparecem diversas formas de guerras e de conflitos, nós cristãos insistimos na proposta de reconhecer o outro, de sanar as feridas, de construir pontes, estreitar relações e ajudar-nos a carregar os pesos uns dos outros” (ibid., 67). O anelo à unidade supõe a doce e confortante alegria de evangelizar, a convicção de ter um bem imenso a comunicar, e que, comunicando-o, se enraíza; e qualquer pessoa que tenha vivenciado esta experiência adquire uma sensibilidade mais elevada ante as necessidades alheias (cf. ibid., 9). Resulta daqui a necessidade de agir pela inclusão em todos os níveis, evitando egoísmos, promovendo a comunicação e o diálogo, incentivando a colaboração. “É preciso confiar o coração ao companheiro de estrada sem suspeita, sem diferenças... Confiar-se ao outro é algo artesanal, a paz é artesanal” (ibid., 244). É impensável que resplenda a unidade se a mundanidade espiritual nos faz estar em guerra entre nós, na estéril busca de poder, prestígio, prazer o segurança econômica.”