04 Novembro 2014
É um “não” seco aos cristãos hipócritas aquele expresso e ressaltado pelo Papa Francisco na Missa matutina na Casa Santa Marta. O Pontífice distinguiu os que estão presos a lei que negligencia a justiça e os que estão ligados ao amor que dá pleno cumprimento da lei.
O texto é de Domenico Agasso Jr., publicado pelo sítio Vatican Insider, 31-10-2014. A tradução é de Ivan Pedro Lazzarotto.
Quanto é “feio um cristão hipócrita”, que em nome da lei esquece a “justiça” e o “amor”, exatamente igual os fariseus que pediam a Jesus se era correto curar os doentes aos sábados. Ao contrário, o percurso que devemos seguir é o “do amor para a lei”, a partir da “carne”, da “aproximação”: a “carne é o sinal de Deus”, que diz que o homem foi feiro, e a “carne é o inal da verdadeira justiça”. O disse durante a homilia – sintetizada pela Rádio Vaticana – comentando a passagem do Evangelho onde Jesus, ao invés de responder a pergunta àqueles fariseus que não a responderam – se era correta ou não a cura aos sábados – “toma pela mão um doente e cure-o”.
Jesus – colocou em evidência o Pontífice – colocou em provação essas pessoas que “estavam muito ligadas a lei, que haviam esquecido a justiça” e negavam por fim o auxílio aos pais, com idade já avançada, com a desculpa de já terem doado tudo ao templo. Mas “o que é mais importante? – pergunta o Papa – O quarto mandamento ou o Templo?”: “Esse caminho de viver preso a lei – continuou o Pontífice – os afastava do amor e da justiça.
Cumpriam a lei, descumpriam a justiça. Cumpriam a lei, negligenciavam o amor. Eram modelos: eram os modelos. E Jesus encontra somente uma palavra para designar essas pessoas: hipócritas. De um lado saem pelo mundo procurando seguidores: vocês procuram. E depois? Fecham-lhes a porta. Homens individualistas, homens tão presos a lei, às letras da lei, não a lei que é o amor; mas as letras da lei que sempre fecharam as portas da esperança, do amor, da salvação ... Homens que sabiam somente fechar”.
“O caminho para sermos fiéis a lei, sem negligenciar a justiça, sem esquecer o amor – prossegiu o Papa citando a Carta de São Paulo aos Filipenses – é o caminho contrário: do amor à integridade; do amor ao discernimento; do amor à lei”.
“Este – ressaltou o Papa Bergoglio – é o caminho que nos ensina Jesus, totalmente contrário àquele dos doutores da lei. E essa estrada de amor a justiça leva a Deus. Ao contrário, a outra estrada, de pessoas presas somente a lei, as letras da lei, leva ao individualismo, ao egoísmo. O caminho que vai do amor ao conhecimento e ao discernimento, à plena realização, leva a santidade, a salvazação, ao encontro com Jesus. Ao contrário, esta estrada leva ao egoísmo, a soberba de se sentir justo, a uma “santidade de aparências, não? Jesus fala a essas pessoas: ‘A vocês é melhor enxergar as pessoas como homens de oração do que jejuar (...)”: Se fazer enxergar, não? E por isso Jesus fala: ‘Façam aquilo que dizem, mas não aquilo que fazem’”.
“Jesus se aproxima – complementou – a aproximação é verdadeiramente a prova de que nós caminhamos na estrada correta. Porque é realmente a estrada escolhida por Deus para nos salvar: a aproximação. Se aproximou de nós, se fez homem. A carne: a carne de Deus é um sinal; a carne de Deus é um sinal da verdadeira justiça. Foi Deus que se fez homem como um de nós, e nós é que devemos nos fazer como os outros, como os necessitados, como aqueles que precisam de nossa ajuda”.
“Que estes exemplos, este exemplo de aproximação de Jesus, do amor a plenitude da lei – concluiu – nos ajude a não mais cair na hipocrisia: jamais. É muito feio um cristão hipócrita. Muito feio”.
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“Que feio um cristão hipócrita: pensa na lei e não no amor” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU