12 Setembro 2014
A Organização Mundial de Meteorologia, OMM, informou esta terça-feira que 2013 registrou um novo recorde na concentração de gases que causam o efeito estufa na atmosfera.
A reportagem é de Eleutério Guevane, publicada originalmente pela Rádio ONU e reproduzida pelo portal EcoDebate, 11-09-2014.
A agência da ONU explica que a causa foi o aumento nos níveis de dióxido de carbono, CO2. No ano passado, a concentração global do gás carbônico na atmosfera atingiu 396 partículas por milhão.
Aumento
De Brasília, o vice-presidente da Organização Mundial de Meteorologia, OMM, Divino Moura, falou à Rádio ONU sobre o problema.
"Os gases de efeito estufa, principalmente o gás carbônico, tem também o metano e os óxidos nitrosos, eles aumentaram, nestes últimos 15 anos cerca de 34%. Ou seja, de 1990 a 2013 houve um aumento bastante grande na concentração, a OMM não mede a emissão separadamente. O que está na atmosfera é o que é medido."
A OMM toma como referência o ano de 1750, a era pré-industrial, ao comparar os níveis dos três elementos na atmosfera. No ano passado, a concentração de CO2 foi 142% maior em relação a esse período, enquanto o metano registrou uma alta de 253% e o óxido nitroso, 121%.
Ação Internacional
A alta observada entre 2012 e 2013 foi a maior desde 1984. De acordo com dados preliminares, a razão da subida teria sido a redução da absorção de CO2 pela biosfera terrestre, além do aumento constante nas emissões do gás carbônico.
Segundo a OMM, os dados do boletim refletem as concentrações retidas na atmosfera, que representam o que permanece no espaço após complexas interações entre a atmosfera, a biosfera e os oceanos. Cerca de 25% das emissões totais são absorvidas pelos oceanos e outros 25% pela biosfera, isso acaba reduzindo a quantidade de CO2 na atmosfera.
A agência explica, entretanto, que a publicação não fornece dados sobre as emissões de gases poluentes, que representam a quantidade expelida na atmosfera.
A informação consta do Boletim de gases que causam o efeito estufa, emitido anualmente pela OMM. A publicação realça a urgência quanto à necessidade de uma ação internacional contra a aceleração e as potencialmente arrasadoras mudanças climáticas.
Acidificação de Oceanos
A OMM alerta também que a atual taxa de acidificação dos oceanos não tem precedentes, pelo menos ao longo dos últimos 300 milhões anos. Diariamente, os oceanos absorvem cerca de 4 kg de CO2 por pessoa.
Divino Moura, falou sobre os perigos da acidificação do mar.
“Uma água mais ácida no oceano você tem um impacto direto nos corais, nos recifes de corais dos oceanos e afeta também a produção marina, em termos de peixe, pescados etc.”
O secretário-geral da agência, Michel Jarraud, disse que o boletim fornece informação para uma tomada de decisões. Ele aponta que os dados da atmosfera e dos oceanos indicam a necessidade de uma ação política urgente.
Cimeira
Segundo Jarraud, há conhecimento e instrumentos de ação à disposição com vista a tentar manter o aumento da temperatura global a 2º C, para que o planeta e as próximas gerações possam ter um futuro.
Neste 23 de setembro, líderes políticos vão se reunir em Nova York numa Cimeira do Clima convocada pelo secretário-geral das Nações Unidas.
Na segunda-feira, Ban Ki-moon manifestou a expectativa de que a reunião seja marcada por negociações para conter o aumento da temperatura abaixo dos 2º C.
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Aumento da concentração de gases de efeito de estufa acelera acidificação dos oceanos - Instituto Humanitas Unisinos - IHU