Outro golpe à privacidade

Mais Lidos

  • Alessandra Korap (1985), mais conhecida como Alessandra Munduruku, a mais influente ativista indígena do Brasil, reclama da falta de disposição do presidente brasileiro Lula da Silva em ouvir.

    “O avanço do capitalismo está nos matando”. Entrevista com Alessandra Munduruku, liderança indígena por trás dos protestos na COP30

    LER MAIS
  • Dilexi Te: a crise da autorreferencialidade da Igreja e a opção pelos pobres. Artigo de Jung Mo Sung

    LER MAIS
  • Às leitoras e aos leitores

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

Por: Jonas | 18 Junho 2014

Até agora, o Facebook avisava as empresas que fazem publicidade nessa página sobre as preferências dos usuários, em função de sua atividade dentro dessa plataforma. Contudo, agora, também fará isso com o histórico de navegação, fora da rede social.

A reportagem é publicada por Página/12, 16-06-2014. A tradução é do Cepat.

O Facebook oferecerá informações aos anunciantes na plataforma sobre os sítios que os usuários visitam fora da rede social, para que focalizem os anúncios segundo o histórico de navegação pessoal, informou a companhia de Mark Zuckerberg.

Os anúncios publicitários apresentados no Facebook costumam ser dirigidos aos usuários rastreados, por exemplo, a partir das páginas que “curtem” ou da música de interesse.

Porém, por meio de cookies (uma pequena quantidade de informação enviada por um sítio web e armazenada no navegador, geralmente para guardar dados e assim agilizar a navegação), a companhia também pode conhecer quais são os outros sítios ou aplicações que o usuário visita quando está fora do Facebook.

É parte dessa informação externa à rede que a companhia, fundada por Mark Zuckerberg, facilitará aos anunciantes para que focalizem ainda mais suas estratégias de marketing. “Inteiramo-nos de seus interesses, principalmente pelas coisas que fazem no Facebook, como as páginas que curtem”, explicou a rede social em um comunicado.

“Em breve, incluiremos informações sobre outros sítios web e aplicações que utilizam. Este é um tipo de publicidade baseada em interesses e muitas companhias já a utilizam”, acrescentou.

Segundo justificou o Facebook, esta mudança no uso de cookies responde ao pedido dos usuários para receber anúncios publicitários relacionados aos seus dados de atividade e navegação. “Quando perguntamos às pessoas sobre nossas publicidades, uma das principais coisas que dizem é que querem ver a publicidade que seja mais relevante para os seus interesses”, argumentaram a partir da plataforma.

O acompanhamento da atividade dos usuários, por meio de cookies é uma prática usual de outras grandes empresas de Internet como Google, Yahoo! e Microsoft, entre outras, em geral para fins publicitários.

O próprio Facebook explica o seu funcionamento: “Digamos que você está pensando em comprar uma televisão e começa a pesquisar sobre televisões na web e em aplicativos móveis. Nós podemos mostrar para você anúncios de ofertas de televisões para ajudá-lo a obter o melhor preço ou para que considere outras marcas. E porque acreditamos que você está interessado em eletrônica, futuramente, podemos lhe mostrar outros anúncios de aparelhos eletrônicos, como sons ou um videogame para a sua nova televisão”.

De qualquer forma, o Facebook oferecerá a seus usuários a possibilidade de se negar a esta prática e oferecerá, além disso, uma ferramenta em cada publicidade “que explica porque você está vendo um anúncio específico e lhe permitirá acrescentar ou eliminar os interesses que nós utilizamos para mostrar esses anúncios”, segundo detalhou em um comunicado.

A nova metodologia começará a ser aplicada nas próximas semanas, nos Estados Unidos, e se expandirá para todos os países nos próximos meses.

O uso de cookies foi objeto de críticas por parte dos defensores da privacidade por considerar a prática intrusiva, razão pela qual alguns países a regulamentaram. Na União Europeia, por exemplo, uma normativa obriga os sítios web a informar quando são utilizados, assim como a obter o consentimento dos internautas para seu uso.

Dessa forma, ao se navegar em sítios com base nesses países, costumam aparecer informações com esta legenda: “Este sítio utiliza cookies e tecnologias similares próprias ou de terceiros. Caso não mude a configuração do navegador, você está de acordo com a utilização desta tecnologia”.