Por: André | 11 Dezembro 2013
“Devemos começar a caminhar juntos com um profundo amor recíproco e aceitar as nossas respectivas diferenças. Mas caminhar significa levantar-se e trilhar um caminho juntos, não esperar que se resolvam todas as questões doutrinais antes de fazer qualquer movimento”. “Estamos trabalhando em diferentes questões juntos, mas ainda não posso revelar nada, dado seu caráter confidencial”. São estas as significativas e importantes palavras do primaz da Igreja anglicana, Justin Welby (na foto com o Papa), que concedeu uma entrevista à revista paulina Jesus.
Fonte: http://bit.ly/1hI5Ct6 |
A reportagem está publicada no sítio Vatican Insider, 09-12-2013. A tradução é de André Langer.
“Se eu e o Papa Francisco” é uma confissão feita com o coração na mão, indicou o entrevistador Luca Attanasio. O que surge deste diálogo é a vontade da Igreja nacional britânica de colocar-se em movimento, de ir além das convicções do passado para contribuir para o processo de unidade. Não se deve esconder os problemas nem os nós doutrinais, nem a interpretação diferente sobre alguns temas teológicos e éticos; pelo contrário, Welby indicou que encontrou um interlocutor de grande abertura misericordiosa e com uma capacidade para escutar e dialogar com convicção com o Papa Francisco.
Welby falou sobre muitos argumentos: do seu passado nas finanças à própria formação espiritual e a surpresa da sua nomeação como primaz da Igreja anglicana. Indicou, além disso, uma atenção particular aos temas da atualidade: sobre o episcopado feminino disse: “estou de acordo com a ordenação episcopal das mulheres; não se trata de uma questão de tempos de maturidade e de modernidade, considero-a uma postura correta do ponto de vista teológico e eclesiológico”; além disso, “estamos enfrentando o processo legislativo dentro do Sínodo dos Bispos para que se legalize a ordenação das bispas”.
Quanto ao casamento entre pessoas do mesmo sexo existe uma postura comum em ambas as Igrejas: “A Igreja anglicana opõe-se a esta lei e eu mesmo me expressei contra o casamento gay”; em relação à homofobia, indicou, “estou completamente de acordo com o que, recentemente, afirmou Francisco: é absolutamente inaceitável, além de que é profundamente errado o desprezo, a diminuição, a marginalização dos que têm orientações sexuais diferentes. A homofobia é um grande pecado”.
Entre as curiosidades que surgiram na entrevista com Welby destacam-se a descrição de seu diretor espiritual, um católico, e a leitura noturna da regra de São Bento.
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“Caminhemos juntos”, diz Welby ao Papa Francisco - Instituto Humanitas Unisinos - IHU