04 Dezembro 2013
A revista Playboy lançou em novembro uma campanha em conjunto com a The Heart Corporation exaltando a masculinidade. A ação publicitária teve origem nas reclamações dos leitores, que lamentam a perda do protagonismo dos homens na sociedade, segundo a revista Meio & Mensagem. Para a campanha, foi escrita a Constituição do Homem Livre, composta de frases como “Sim, adoramos ver uma bela bunda passar” e “Como casamento dá trabalho, deveríamos receber um mês de férias por ano”.
A reportagem é de Isadora Otoni, publicada pela Revista Fórum e reproduzida pelo jornal Brasil de Fato, 03-12-2013.
O teaser da “Constituição” explica o motivo de os homens não protestarem pela bandeira defendida: “Não gostamos de muito homem junto”. A regra não se aplica às mulheres. Valmir Leite, sócio da The Heart Corporation, disse que a campanha foi feita para agradar aos homens e, quanto às mulheres: “Podem protestar quanto quiserem. Se fizerem isso nuas, melhor ainda”. Lenina Vernucci, do Coletivo Ana Montenegro, considerou o manifesto muito heteronormativo. “O objetivo que eles querem com o tal manifesto é legitimar a dominação do homem sobre a mulher, em particular seu corpo”.
Leite ainda contou: “Queremos dizer ao leitor que estamos ao lado dele. Na revista, ele encontra espaço para exercer sua liberdade, conversar com amigos, admirar mulheres e não ser massacrado pelo clima politicamente correto”. Sobre esse “clima”, Lenina entende que os grupos privilegiados passaram a se incomodar somente após terem suas atitudes questionadas por movimentos sociais.
“Observamos que a grande angústia do homem moderno é o fenômeno da ‘masculinidade sufocada’”, relatou Ricardo Sapiro, sócio da Touch Branding, ao site AdNews. O novo fenômeno se deve ao espaço de poder masculino, que está sendo disputado por bandeiras feministas. “Perder o espaço, perder ou diminuir as correlações de força sempre gera problemas. Sim, eles sentem que estão sendo sufocados porque agora não é mais aceitável serem tidos como superiores. Agora o ‘poder do macho’ é questionado, é posto à prova”, opinou Lenina.
A ação também vai disponibilizar espaços para os homens escreverem suas regras, além de prever intervenções em portais de revistas femininas. A revista Veja também ganhou o teaser da constituição em suas páginas. Para ilustrar, a campanha conta a utilização de imagens históricas manipuladas.
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Revista Playboy faz campanha motivada pela “masculinidade sufocada” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU