Por: Caroline | 21 Novembro 2013
Francisco advertiu que a “a agressão não pode ser um ato de fé”, ao rechaçar os incidentes ocorridos dentro da catedral de Buenos Aires, onde um grupo ultraconservador tentou interromper uma cerimônia inter-religiosa em memória das vítimas do Holocausto judeu.
A reportagem é publicada por Religión Digital, 20-11-2013. A tradução é do Cepat.
Fonte: http://goo.gl/8ljpdq |
“A pregação da intolerância é uma forma de militância que deve ser superada”, disse o pontífice argentino ao receber no Vaticano seis membros do Comitê Latino-Americano de Líderes Religiosos de Religiões pela Paz.
O diretor executivo do Congresso Judaico Latino-Americano (CJL), Claudio Epelman, que participou do encontro, destacou que “o Papa nunca deixa de nos surpreender com sua sensibilidade e o profundo interesse que mostra por seus interlocutores”.
“Com este encontro, o Papa manifestou, mais uma vez, seu firme compromisso pessoal para a construção de pontes entre as religiões e para trabalhar junto a todos nós, para assegurar a paz”, destacou.
O representante comunitário e responsável pelas relações do Vaticano com o CJL disse que o Papa reiterou sua condenação “clara e inequívoca” contra o antissemitismo e elogiou sua mensagem de domingo, 10 de novembro, quando recordou o 75º aniversário da Noite dos Cristais Quebrados.
Epelman disse que o pontífice foi claro ao afirmar que a “agressão não pode ser um ato de fé”, ao referir-se aos incidentes na catedral portenha.
Além do diretor executivo do CJL, participaram do encontro com o Papa o cardeal brasileiro Raymundo Damasceno; o argentino Mohamad Hallar, da Organização Islâmica para a América Latina; o venezuelano Samuel Olson, da Aliança Evangélica Latino-Americana; Felipe Adolf, presidente da Conferência Latino-Americana de Igrejas Protestantes; e o peruano Elias Szczytnicki, secretário de Religiões pela Paz.
No dia 12 de novembro, um grupo de pessoas identificadas como "lefebvristas" (foto) tentou impedir, rezando o Rosário e o Pai Nosso aos gritos, numa atitude provocativa, a comemoração dos 75 anos do massacre alemão conhecido como"Kristallnacht”, que deu início à perseguição e extermínio dos judeus no regime nazista.
Os manifestantes, em sua maioria jovens acompanhados por dois sacerdotes e adultos, também distribuíram panfletos com a legenda: “Fora adoradores de deuses falsos do templo santo”.
Durante meia hora, mesmo com o público gritando “nazistas” e “fascistas”, eles não pararam com sua atitude.
Em seguida, decidiram abandonar a catedral para permitir o início da comemoração com a presença do arcebispo de Buenos Aires, dom Mario Poli, o rabino Abraham Skorka e representantes de outras confissões cristãs.
As ações intolerantes do grupo mereceram expressões de repúdio das autoridades diplomáticas, funcionários, sobreviventes do Holocausto judeu e membros de organizações de direitos humanos presentes no templo.
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“A agressão não pode ser um ato de fé”, diz Francisco aos ultracatólicos - Instituto Humanitas Unisinos - IHU