Por: André | 29 Outubro 2013
Tão distante e tão próximo. Francisco recebeu em audiência, na Sala da Biblioteca, no segundo andar do Palácio Apostólico, a Prêmio Nobel da Paz Aug San Suu Kyi, que também recebeu neste domingo pela tarde o título de Cidadã Honorária de Roma no Capitólio.
Fonte: http://bit.ly/1cmvtp0 |
A reportagem é de Giacomo Galeazzi e publicada no sítio Vatican Insider, 28-10-2013. A tradução é de André Langer.
Uma “sintonia fundamental” surgiu no encontro frente a frente, que girou em torno de alguns temas muito importantes para o Papa Francisco, como “a cultura do encontro”, segundo indicou o porta-voz da Santa Sé o padre Federico Lombardi. Ao comentar o “cordialíssimo encontro” desta segunda-feira no Palácio Apostólico entre o Pontífice e a Prêmio Nobel, Lombardi definiu a ativista birmanesa como “figura de grandíssima autoridade e significado”.
A audiência papal com a liderança da democracia birmanesa e ícone dos direitos humanos representa um evento histórico que poderá ter notáveis consequências em nível político, religioso e cultural, embora não sejam seguramente imediatas. Segundo a líder da oposição birmanesa, sem mudanças na Constituição, as eleições presidenciais de 2015 em Mianmar não serão democráticas, justas nem representativas. Em 2015, Mianmar escolherá os seus parlamentares, que, por sua vez, terão de eleger o novo líder do Estado.
Depois de décadas de ditadura militar, o país asiático celebrou suas primeiras eleições (parcialmente) livres em 2011, com um segundo turno em 2012 que permitiu a entrada da líder da Liga Nacional pela Democracia no Parlamento. Aung San Suu Kyi, que passou 15 dos últimos 22 anos em prisão domiciliar, declarou que pretende concorrer ao cargo mais alto do país.
No entanto, faz-se necessário uma mudança na Constituição aprovada pelos militares em 2008 mediante um “foto farsa”, em meio à emergência provocada pelo ciclone Nargis, e que atualmente ainda contém uma norma “contra personam” que impede a eleição da líder democrática. A lei em questão prevê que não podem ser eleitos cidadãos casados ou com filhos que tenham alguma nacionalidade estrangeira, explicou a agência do Pime [Pontifício Instituto para as Missões Estrangeiras], AsiaNews.
Os dois filhos da mulher têm também a nacionalidade britânica, assim como seu pai Michael Aris, que morreu em 1999. “Cada país, não apenas o meu, necessita de paz. A paz nasce do coração e para alcançá-la é necessário arrancar a fonte do ódio que é o medo”, indicou Aung San Suu Kyi, que após a audiência com Bergoglio reuniu-se com o primeiro ministro italiano, Letta, e com o presidente do país, Napolitano.
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Francisco abençoa a paladina da liberdade - Instituto Humanitas Unisinos - IHU