05 Setembro 2013
O jejum é uma prática ascética comum a todas as religiões, uma praxe vivida já por Israel, reproposta por Cristo, acolhida pela tradição eclesial e que desenvolve a função basilar de fazer-nos saber qual é a nossa fome, de que vivemos, de que nos nutrimos.
O texto é de Enzo Bianchi, monge italiano, e publicado pelo jornal La Stampa, 04-09-2013. A tradução é de Benno Dischinger.
Com o jejum nós aprendemos a conhecer e a ordenar os nossos tantos apetites através da moderação do apetite fundamental e vital: a fome. Aprendemos, assim, a disciplinar as nossas relações com os outros, com a realidade externa e com Deus, relações sempre tentadas por voracidade.
O jejum é ascese da necessidade e educação do desejo. Quando jejuamos somos impelidos a discernir a qualidade do nosso agir, as consequências dos nossos atos, a violência que inserimos nas nossas relações. Para o cristão é, depois, a confissão de fé feita com o corpo, pedagogia que conduz a totalidade da pessoa à adoração de Deus, memória inserida no próprio corpo de nosso viver não só de pão, mas de toda palavra que sai da boca de Deus.
Por isso, em horas particularmente decisivas e críticas, a Igreja exorta os cristãos a jejuar para “pensar diante de Deus” as ocorrências cotidianas para purificar as próprias convicções e converter-se, de modo a escolher sempre em favor da vida.
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A mensagem de força do jejum - Instituto Humanitas Unisinos - IHU