Organizações Indígenas lembram os 20 anos do Massacre de Haximu

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21 Agosto 2013

Comunicado relembra massacre que vitimou 16 índios Yanomami do lado da Venezuela, incluindo velhos, crianças e mulheres.  Quatro garimpeiros foram condenados e o STJ definiu o massacre como genocídio.

A ifnormação é publicada pelo Instituto Socioambiental - ISA, 19-08-2013.

A Coordenadoria das Organizações Indígenas do Estado do Amazonas, na Venezuela, divulgou comunicado nesta quinta-feira (15/8), sobre o massacre de 16 Yanomami ocorrido em julho de 1993, em terras venezuelanas.  Eles foram assassinados por garimpeiros ilegais.  Os sobreviventes se refugiaram na comunidade Yanomami de Toototobi, no Brasil e ali permaneceram por dez anos, quando então, voltaram ao seu território de origem na Venezuela.

Sobreviventes do massacre carregam cabaças com as cinzas dos parentes assassinados. Foto: Carlos Zacquini

Esse massacre continua na lembrança de índios e não índios.  A região de fronteira entre Brasil e Venezuela, onde se situa a Terra Indígena Yanomami, é sistematicamente invadida por garimpeiros, provocando conflitos e violência com os seus habitantes.  Vinte anos depois, e as invasões garimpeiras na TI Yanomami, persistem.  Em meados dos anos 1980, o garimpo ilegal em Roraima foi responsável por dizimar 15% da população Yanomami. Toda essa violência resultou no conflito de 1993. 

Naquele ano, o Centro Ecumênico de Documentação e Informação (Cedi), produziu um vídeo sobre o massacre, dirigido por Aurélio Michiles, e intitulado Davi contra Golias. Nele, o líder Yanomami Davi Kopenawa relata em sua língua (com legendas) como aconteceu o extermínio e exibe uma foto onde os sobreviventes carregam cabaças, cestos de palha, contendo as cinzas dos mortos. A notícia se espalhou e ativistas promoveram manifestações em todo o mundo, pedindo a punição dos culpados. 

Assista ao vídeo.

Embora os garimpeiros Pedro Prancheta, Eliézer, João Neto e Curupuru, identificados como executores da barbárie, tenham sido julgados e condenados em 1996, em 2006, em decisão inédita, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) caracterizou o massacre como genocídio. Ou seja, crime contra uma determinada etnia. Dos demais envolvidos o que se sabe é que alguns morreram, mas a maioria desapareceu na Amazônia brasileira.