'Igreja tem de se abrir à pluralidade'

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22 Julho 2013

A visita do papa Francisco ao Brasil será uma grande celebração entre católicos praticantes e poderá levar de volta à religião majoritária do País alguns fiéis que estavam afastados, mas não conseguirá, por si só, alterar a perda de espaço da Igreja registrada nos últimos 30 anos. Para tentar frear a queda na proporção de católicos, a Igreja terá de aumentar a presença na periferia e dar uma demonstração clara de tolerância e abertura à pluralidade.

A reportagem é de Luciana Nunes Leal e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 22-07-2013.

A avaliação é do cientista político Cesar Romero Jacob, professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC-Rio), que lançou o estudo Religião e território no Brasil, com base nos dados do Censo 2010.

Embora a religião católica seja majoritária no País, com 64,6% da população, os mapas elaborados pelo pesquisador cruzando religião com renda e escolaridade mostram a crescente presença de evangélicos e, mais recentemente, dos sem-religião nas periferias das grandes cidades, onde estão os mais pobres e com menos estudos.

"Isso se repete em várias capitais, em todas as regiões. Se não houver um movimento da Igreja Católica rumo à periferia, (a queda no número de fiéis) não se resolve", diz o professor. "O Brasil transitou da hegemonia para a maioria católica e está transitando para o pluralismo religioso, mas a hegemonia cristã continua."

Os evangélicos são 22,1% da população, sendo 4% de missão (tradicionais), 13,3% pentecostais e 4,8% de igrejas não determinadas.

As multidões que se reúnem na Parada Gay, na Marcha para Jesus (evangélica) e na Jornada Mundial da Juventude (católica) são, para Jacob, a evidência desse momento de pluralidade. Para o professor, terão futuro as igrejas que se mostrarem mais tolerantes.

"Quem conseguir lidar com a pluralidade tem mais chance de se firmar do que os intolerantes, A visita do papa em si não reverte a perda de féis, mas revela simbologias. A Igreja continua contra o casamento gay, mas pode não querer comprar essa briga e deixar os evangélicos na linha de frente desta questão."