14 Setembro 2012
Dezessete meses se passaram desde que o cardeal Ravasi inaugurava em Bolonha o primeiro Átrio dos Gentios, aceitando o desafio lançado um ano antes pelo papa em um discurso à Cúria romana.
A reportagem é de Maria Teresa Pontara Pederiva, publicada no sítio Vatican Insider, 13-09-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Desde aquele 12 de fevereiro de 2011, o Átrio viajou a Europa com estimulantes diálogos entre crentes e não crentes, na linha daquele desejo de Bento XVI: "Ao diálogo com as religiões, deve-se acrescentar hoje sobretudo o diálogo com aqueles para os quais a religião é algo estranho".
Ao diálogo entre o cardeal Ravasi e o reitor da Universidade de Bolonha, Ivano Dionigi, que servira como antessala, seguiu-se a sessão considerada inaugural em Paris até a última de Barcelona.
No dia 13 de setembro, o Átrio chega à Suécia, "a terra dos ateus", como intitulava-se um artigo de Ravasi no jornal Avvenire do dia 10 setembro. Uma edição singular por dois motivos, explica o cardeal presidente do Pontifício Conselho para a Cultura: de um lado, a Suécia é um país luterano, mas ao mesmo tempo as duas prestigiosas universidades de Uppsala e de Lund ainda encarnam hoje "um elevado modelo de pesquisa teológica e de diálogo".
De outro lado, é bem conhecida – continua Ravasi – a "galopante secularização que investiu um pouco contra todas as nações escandinavas, onde a frequência ao culto se reduziu a percentuais irrisórios e o padrão de vida e as concepções dominantes são totalmente despojados de referências religiosas ou transcendentes".
O tema de Estocolmo é de atualidade: a relação entre ciência, sociedade e fé. Começa-se no dia 13 de setembro às 13h30 na Academia Real Sueca das Ciências com "O mundo, com ou sem Deus?" e, no dia seguinte, no Fryshuet, centro de atividades sociais, dois dias de diálogo "em dueto" sobre o significado do crer, a existência de um mundo não material, a realidade do ser humano, valores cristãos e valores seculares, o papel da religião na sociedade.
São copresidentes o escritor Georg Klein, Thomas Hammarberg, ex-comissário do Conselho da Europa para os Direitos Humanos, e Ravasi. Irão intervir o físico Ulf Danielsson, da Universidade de Uppsala, e o biólogo-escritor Ingemar Ernberg, Antje Jackelén, bispo da Igreja da Suécia, da diocese de Lund, e P. C. Jersild, médico-escritor, Ylva Eggehorn, escritora, e Åsa Wikforss, professor de filosofia da Universidade de Estocolmo, Anders Carlberg, fundador do Fryshuset e escritor, Linnea Jacobsson, vice-presidente dos Jovens Cristãos de Esquerda, Jessica Schedvin, presidente dos Jovens Humanistas, Christer Sturmark, presidente dos Humanistas Seculares, Per Wirtén, escritor, e Fazeela Zaib, uma blogueira agente pela paz.
Seria essa talvez uma oportunidade para converter os ateus? Essa foi a pergunta feita na véspera da inauguração de 2011 ao cardeal Ravasi pela revista Famiglia Cristiana. "Absolutamente não", foi a resposta. "Não há nenhuma expectativa de conversões, nem de inversões de caminhos existenciais de alguém".
"Queremos apenas propôr um diálogo que evite o vazio, os estereótipos, a banalidade. As vozes até podem estar nos antípodas, mas devem saber criar harmonia e melhorar a qualidade do debate cultural, isto é, a vida de todos".
E nos dias 5 e 6 de outubro o Átrio viaja para Assis.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Presença ou ausência de Deus no mundo contemporâneo? - Instituto Humanitas Unisinos - IHU