12 Agosto 2009
A malária, longe de ser parte do passado dos Yanomami, voltou a crescer e está novamente vitimando suas crianças. Na região de Auaris, extremo noroeste do estado de Roraima, a doença voltou a ser freqüente entre os 2.404 indígenas Sanuma (subgrupo Yanomami) e Yekuana que vivem na região. Servidores da Funasa afirmam que apenas na última semana foram registrados setenta casos, ou seja, um número que se aproxima da situação de saúde vivida pelo povo Yanomami nas décadas de 80 e 90, quando milhares de garimpeiros invadiram suas terras. Em julho foram constatados 239 casos da doença apenas em Auaris.
As incertezas sobre a política de atendimento e a ausência de contratações na área de saúde têm causado insegurança entre as populações indígenas e têm sido temporariamente resolvida por meio de contratos com funcionários colaboradores, muitos dos quais estão trabalhado na terra Yanomami pela primeira vez. A falta de experiência dos servidores afeta diretamente o trabalho de assistência na região, como relata Carlos Sanuma, liderança local e conselheiro do Distrito de Saúde Yanomami:
“Na Nossa terra os funcionários colaboradores da Funasa, até sabem trabalhar, mas não conhecem nossa área e nosso povo, os novatos não entendem nossa língua e nossos parentes não entendem a língua deles, por isso estamos muito preocupados, todos nós, as lideranças, os xamãs e toda a comunidade. Nós queremos que os funcionários que trabalhavam aqui antes voltem para cá, pois eles entendem um pouco nossa língua e conhece nosso povo. Marcelo Lopes está dizendo que a malária está aumentando aqui porque estamos fazendo festas e reuniões com muita gente e os venezuelanos estão participando, mas não é verdade, os venezuelanos não participaram das nossas festas nem das reuniões, a malária não está acabando porque não tem borrifação sempre, está faltando microscopistas e microscópios nas comunidades”.
(cfr. notícia 12-08-09, desta página).
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Surto de malária se intensifica na Terra Indígena Yanomami - Instituto Humanitas Unisinos - IHU