Raimundo Lúlio na oração inter-religiosa desta semana

Foto: ateliermarmi.blogspot.com

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26 Abril 2019

Neste espaço se entrelaçam poesia e mística. Por meio de orações de mestres espirituais de diferentes religiões, mergulhamos no Mistério que é a absoluta transcendência e a absoluta proximidade. Este serviço é uma iniciativa feita em parceria com o Prof. Dr. Faustino Teixeira, teólogo, professor e pesquisador do PPG em Ciências da Religião da Universidade Federal de Juiz de Fora - MG.

Lamento

O amigo encontrou seu Amado e viu-O

muito nobre e poderoso,

digno de toda honra,

e disse-lhe que muito se admirava

de que tão poucos O amassem,

O conhecessem e O honrassem

conforme merecia a sua dignidade.

E o Amado disse-lhe

que ficou decepcionado

com o homem que criara

precisamente para que O amasse,

conhecesse e honrasse.

Lamentou-se de que entre mil homens

apenas cem O temiam ou amavam.

Que dos cem, noventa O temiam pelo castigo

e dez O amavam esperando, assim,

receber glória.

E que ninguém O amava

por sua bondade e nobreza.

Quando o amigo ouviu estas palavras,

chorou fortemente

pelo desacato de seu Amado e disse:

- Amado, Tu que tanto deste ao homem

e tanto o honraste,

por que o homem Te esqueceu tanto?

(Fonte: Raimundo Lúlio. Livro do amigo e do amado. São Paulo: Loyola, 1989, p. 100)

 

 

 

Identificação científica de Raimundo Lúlio
Fonte: Wikimedia Commons

Raimundo Lúlio (1232-1315): Figura mais relevante da teologia catalã, foi escritor, filósofo, poeta e missionário. Nasceu no sul europeu, no então Reino de Maiorca. Durante sua vida foi muito próximo dos franciscanos, mas não há registros da entrada dele para a Ordem dos Frades Menores. Ganhou destaque como um dos mais importantes personagens da Idade Média por sua atuação nos campos literário, teológico, científico e espiritual. Autor de mais de 250 obras em latim, catalão e árabe, seu volume mais famoso é Livro do Amigo e do Amado. Além desse, destacamos:  Livro da Ordem de Cavalaria (c.1274-1276), O Livro das Bestas (c. 1289-1294), O Livro do Gentio e dos Três Sábios (1274-1276) e Escritos Antiaverroitas (1309-1311). Foi Beatificado em 1847 pelo papa Pio IX