“Esta é a PEC da morte”, diz presidente do Conselho Nacional de Saúde sobre PEC 241

Foto: Lula Marques/ AGPT

Mais Lidos

  • Esquizofrenia criativa: o clericalismo perigoso. Artigo de Marcos Aurélio Trindade

    LER MAIS
  • Alessandra Korap (1985), mais conhecida como Alessandra Munduruku, a mais influente ativista indígena do Brasil, reclama da falta de disposição do presidente brasileiro Lula da Silva em ouvir.

    “O avanço do capitalismo está nos matando”. Entrevista com Alessandra Munduruku, liderança indígena por trás dos protestos na COP30

    LER MAIS
  • O primeiro turno das eleições presidenciais resolveu a disputa interna da direita em favor de José Antonio Kast, que, com o apoio das facções radical e moderada (Johannes Kaiser e Evelyn Matthei), inicia com vantagem a corrida para La Moneda, onde enfrentará a candidata de esquerda, Jeannete Jara.

    Significados da curva à direita chilena. Entrevista com Tomás Leighton

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

06 Outubro 2016

A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241 foi motivo de um protesto articulado por diversos movimentos populares e entidades na manhã desta quarta-feira (5) na Câmara Federal, em Brasília.

A reportagem é de Cristiane Sampaio e publicada por Brasil de Fato, 05-10-2016.

O ato, que contou também com a presença de vários parlamentares, insere-se no contexto de iminente aprovação da proposta, que instaura o Novo Regime Fiscal e está em debate esta semana na Câmara Federal, com possibilidade de votação para a próxima segunda-feira (10).

As entidades sindicais, os conselhos e os diversos movimentos projetam que a medida acarretará redução nos investimentos de saúde, educação, assistência social e Previdência, que passarão a ser limitados à inflação num horizonte de 20 anos, segundo propõe o governo de Michel Temer, autor da PEC.

“Essa mudança que eles estão propondo vai reduzir em 50% os recursos – já insuficientes – que são aplicados na área da saúde. Pelos nossos cálculos, se essa PEC for aprovada, o sistema de saúde pública vai deixar de ter aproximadamente R$ 618 bilhões nos próximos 20 anos. Isso significa menos cirurgias, menos Programa Saúde da Família [PSF], menos medicamentos, etc. Significa menos vida, por isso esta é a ‘PEC da Morte’”, disse o presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Ronald Ferreira dos Santos.


A educação é a área que mais preocupa a presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Moara Correa, que também esteve no evento. “Estão querendo destruir o nosso futuro”, disse a militante, que fez um apelo pela mobilização popular em torno do combate à proposta. “Se tem uma coisa muito importante que nós temos aprendido neste processo, é que a verdadeira luta política se faz nas ruas e com o povo”, finalizou.

Para Guilherme Boulos, da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST), a PEC reafirma a ideia de inversão de prioridades sinalizada no atual contexto político.

“O que está em jogo é a rede de garantias dadas pela Constituição de 88. (…) A gente deveria congelar era o lucro dos bancos por 20 anos. É esse o debate que nós temos que colocar no país. O ajuste tem que vir para o outro lado”, criticou o dirigente.

O movimento dos petroleiros, que nesta quarta-feira (5) continua se articulando contra a aprovação do projeto que libera a exploração do pré-sal para as multinacionais, também participou do ato.

“Esta PEC 241 é mais uma forma de desmontar o Estado e aniquilar a classe pobre deste país”, disse o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), José Maria Rangel, em referência à importância dos serviços públicos de saúde e educação.

O ato contou ainda com ampla participação da Central Única dos Trabalhadores (CUT). A entidade foi uma das organizações que atuaram nas negociações entre os militantes e a presidência da Câmara para liberar o acesso de parte do grupo à galeria do plenário. O objetivo dos trabalhadores era acompanhar a votação do PL do pré-sal, que está sendo debatida neste momento pelos deputados.

Parlamentares

O ato também teve a presença de diversos parlamentares da oposição, entre eles os senadores Lindbergh Farias (PT-RJ), Fátima Bezerra (PT-PR), Vanessa Grazziotin (PcdoB-AM), Lídice da Mata (PSB-BA) e Gleisi Hoffman (PT-PR).

Entre os deputados, compareceram Jandira Fhegalli (PcdoB-RJ), Paulo Pimenta (PT-RS), Erika Kokay (PT-DF), Chico Lopes (PCdoB-CE), Carlos Zarattini (PT-SP), Jô Moraes (PcdoB-MG), Ivan Valente (PSOL-SP), Chico Alencar (PSOL-RJ), Benedita da Silva (PT-SP), Moema Gramacho (PT-BA) e Valmir Prascidelli (PT-SP).