Por: Jonas | 28 Abril 2016
Os enfrentamentos começaram no setor onde residem os menores que não estão acompanhados, que abriram um buraco no muro que os separa do restante dos detidos para exigir sua libertação, segundo informou a polícia local à agência de notícias EFE.
A reportagem é publicada por LibreRed, 27-04-2016. A tradução é do Cepat.
Os distúrbios ocorrem simultaneamente à retomada das deportações a Turquia.
Nesta terça-feira, partiram 13 pessoas de Lesbos e cinco da ilha de Quios, inaugurando uma nova fase e se juntando aos 325 que já pisaram em solo turco.
Embora ainda não haja confirmações de feridos ou detidos, imagens mais que convincentes foram divulgadas em redes sociais como o Twitter: pessoas jovens transportadas em cobertores, incêndios e pessoas com rostos desesperançados por trás de cercados de arame farpado.
“Os enfrentamentos continuam, no momento, não tenho mais informação”, afirmou um policial a meios de comunicação locais a respeito da situação atual em Moria, que se tornou o centro de detenção, após a efetivação do acordo de migração entre União Europeia (UE) e Turquia, e onde atualmente há mais de 3.000 pessoas.
As revoltas ocorrem simultaneamente à visita do ministro de Migração grego, Yanis Muzalas, que recebeu garrafadas e foi vaiado pelos refugiados.
No entanto, a polícia local afirmou que a visita do ministro não foi o motivo destas tensões, que se acumulam há tempo, mesmo quando o Papa Francisco andou por este campo, há somente 10 dias, e em um gesto solidário retornou ao Vaticano com 12 refugiados.
Segundo o jornal britânico The Guardian, o governo da Grécia, que está em contagem regressiva para celebrar a Páscoa ortodoxa, tenta agilizar as deportações e limpar o campo de refugiados de Pireu, antes da chegada do turismo.
Cerca de 8.000 refugiados e imigrantes estão nas ilhas gregas. Em sua maioria, chegaram após a acordo de deportação entre UE e Turquia.
Até o momento e sob este pacto, a Organização Internacional para as Migrações (OIM) facilitou, a conta gotas, o reassentamento de apenas 350 sírios que foram da Turquia para países europeus como Áustria, Dinamarca e Alemanha. No entanto, nesta semana, esperam que sejam reacomodadas outras 350 pessoas, em sua maioria na França.
Nesta terça-feira, a tocha olímpica passou pelo campo de refugiados de Eleonas, em Atenas, onde um nadador deficiente sírio, asilado na Grécia, carregou a chama e, em seguida, pela Acrópole, antes de encerrar sua passagem pelo país grego, na quarta-feira.
Ibrahim al Hussein, de 27 anos, que perdeu metade de sua perna direita durante um bombardeio na Síria, percorreu com o fogo olímpico o campo de refugiados de Eleonas, onde vivem 1.620 pessoas, principalmente procedentes do Afeganistão, rodeado por uma multidão de refugiados, câmeras de televisão e jornalistas.
“Isto é uma grande honra para mim e a dedico a todos os sírios e a todos os árabes que tenham passado por tantas situações difíceis”, disse aos meios de comunicação locais, após concluir seu percurso. “Minha mensagem para eles é que não fiquem nos campos de refugiados sem fazer nada, mas que corram atrás de seus sonhos”.
Al Hussein, que vive na Grécia desde 2014 e conta com o status de refugiado, a partir do momento em que chegou em uma balsa na costa de Samos, desde jovem começou a praticar natação por influência de seu pais, até que teve que abandonar o esporte em razão do início da guerra na Síria, em 2011.
Depois de passar por Eleonas, a tocha seguiu o seu percurso até o centro de Atenas, passando pela central Praça Sintagma, em frente ao Parlamento, e dali foi para a Acrópole, onde foi realizado um ato em frente ao Partenon.
A tocha começou seu trajeto, após a cerimônia de abertura em Olímpia, passando por vários pontos da geografia grega, em um período de seis dias e que se encerra nesta quarta-feira, no Estádio Panathinaiko, sede dos Jogos de Atenas de 1896, que completam o 120º aniversário, neste ano.
Na quarta-feira, a tocha olímpica fará a sua última passagem pela Grécia, de onde viajará a Suíça, antes de voar até o Brasil, país anfitrião dos Jogos Olímpicos, que terão início no dia 05 de agosto, com a cerimônia de abertura no Estádio do Maracanã.
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Revolta no campo de refugiados de Lesbos frente a mais deportações - Instituto Humanitas Unisinos - IHU