Por: Cesar Sanson | 27 Abril 2016
Em nota, movimentos e sindicatos afirmam que a população deve construir a partir do dia 28 deste mês uma “comuna permanente” na Praça da República, em Paris, contra a nova lei trabalhista do governo francês.
“Uma greve renovável, uma ocupação renovável, é disso que precisamos”, começa a nota escrita por diversas organizações e movimentos estudantis da França, divulgada nas redes sociais e publicada no site de esquerda lundimatin.
A reportagem é publicada por Medium Democratize, 26-04-2016.
Desde a metade do mês passado, a sociedade francesa se mobiliza com ocupações espontâneas e manifestações contra a nova lei trabalhista do governo. Uma greve geral eclodiu a partir do dia 28 de abril, e ainda afeta alguns setores públicos da França com paralisações que se mantém até hoje. Universidades também seguem ocupadas, em uma mobilização que já ganhou até nome: NuitDeBout (Noite em Pé).
“É hora de transformar a Praça da República em um lugar fortificado em defesa dos trabalhadores”, convoca os movimentos. “Traga pregos, parafusos, martelo, serra, tudo o que puder para construir um verdadeiro forte”. A nota convoca uma ocupação permanente na Praça da República em Paris, onde já ocorre semanalmente manifestações contra a medida do governo. A proposta de “Comuna” foi alinhada de forma coletiva, entre sindicatos, movimentos estudantis e autônomos ligados ao movimento anarquista francês.
“Se você tem um caminhão, pegue um sofá, móveis, o que você encontrar para tornar a praça a sua casa. É hora de vasculhar sótãos e garagens, e aos poucos vamos construindo na Praça da República a nossa Comuna, como alguns já estão chamando.”
O chamado ainda pede que os manifestantes levem equipamentos para defesa contra uma possível repressão policial: capacetes, joelheiras, cotoveleiras, e até mesmo máscaras de esqui e limões por conta do gás lacrimogêneo.
“É hora de chamar todos e acreditar. Diremos para a polícia que não iremos desocupar. Diga a todos que ainda não vieram [para a Praça da República] que é a última oportunidade de mudar o país. Ficaremos juntos. Beberemos juntos. Dividiremos as camas juntos. Iremos respirar o gás lacrimogêneo juntos. Resistiremos juntos”, finaliza a nota.
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Na França, manifestantes prometem “comuna permanente” em Paris contra nova lei trabalhista - Instituto Humanitas Unisinos - IHU