26 Abril 2020
Juan José Gerardi. Guatemala, †1998
Obispo guatemalteco, asesinado brutalmente a golpes de adoquín en su casa parroquial de la diócesis de San Sebastián, dos días después de haberse publicado un documento eclesial sobre el obituario de la guerra civil que castigó directamente a un millón de guatemaltecos, el 10% de la población («Recuperación de la Memoria Histórica, REMHI, Guatemala, ¡nunca más!»). Monseñor Gerardi es, pues, el símbolo de la conflictividad que conlleva la lucha por la pervivencia de la memoria de los genocidios.
Sofreu atentados e exílio e, com todos os seus agentes de pastoral, saiu temporariamente da Diocese de El Quiché, numa atitude de denúncia e protesto pelos ataques e assassinatos coletivos que vinha sofrendo aquela Igreja.
Terminado o conflito bélico da Guatemala, que durou 36 anos, Dom Gerardi participou, em nome da Conferência Episcopal, na Comissão Nacional da Reconciliação. E sobretudo levou a termo a Oficina de Direitos Humanos do Arcebispado (ODHA), que vem se preocupando das vítimas da violência e de qualquer violação dos direitos humanos. Neste contexto criou o projeto REMHI (Recuperação da Memória Histórica).
O Informe REMHI, num trabalho exaustivo, que permitiu por primeira vez que falassem os familiares e os companheiros das vítimas de um interminável massacre, colheu 6.500 testemunhos acerca de 55.000 vítimas. Segundo este informe, o exército e grupos paramilitares são responsáveis por mais de 79% das vítimas.
Em 24 de abril de 1998, Monsenhor Juan Gerardi, apresentou o informe “Guatemala: Nunca Mais” na Catedral Metropolitana. Neste informe, responsabilizou o exército, as outras forças oficiais, as patrulhas de autodefesa civil e os Esquadrões da Morte por 90% das violações aos direitos humanos durante o conflito armado interno e atribuiu 10% aos rebeldes.
“Guatemala: Nunca Mais é o Informe do Projeto Interdiocesano “Recuperação da Memória Histórica” (REMHI), que analisa milhares de testemunhos sobre as violações aos direitos humanos ocorridas durante o conflito armado interno. Este trabalho está sustentado na convicção de que, além do seu impacto individual e coletivo, a violência retirou dos guatemaltecos o seu direito a palavra.
Cada história é um caminho de muito sofrimento, mas também de grandes desejos de viver. Muitas pessoas vieram contar o seu caso e dizer “acredite em mim”. Esta demanda implícita está ligada ao reconhecimento da injustiça dos fatos e a reivindicação das vítimas e seus familiares como indivíduos, cuja dignidade foi retirada. Esclarecer e explicar – dentro do possível – o ocorrido, sem localizar o dano nem estigmatizar as vítimas, constituem as bases para um processo de reconstrução social. Somente assim a memória cumpre o seu papel como instrumento para resgatar a identidade coletiva. - Guatemala, 24 de abril de 1998".
Monsenhor Juan Gerardi Conedera, levou adiante a criação do Escritório de Direitos Humanos do Arcebispado, que cuida até hoje das vítimas da violência de qualquer violação aos direitos humanos. Neste contexto, se iniciou o Projeto Interdiocesano REMHI, ao qual o Monsenhor Gerardi se dedicava quase por completo, com a esperança de conhecer a verdade por meio de testemunhos para que o passado não se repetisse mais, já que estava convencido de que a paz e a reconciliação se dariam somente conhecendo a verdade.
Dois dias depois de apresentar o informe de REMHI na catedral arquidiocesana, foi brutalmente assassinado, destruído o seu rosto, seus olhos, seus ouvidos, sua boca, seu cérebro, num intento de apagar a quem viu, ouviu e falou a memória histórica de todo um povo mártir. Por isso Dom Juan Gerardi é legitimamente reconhecido como mártir da paz com justiça, mártir da verdade, mártir da memória histórica.
Texto elaborado por Tonny, da Irmandade dos Mártires da Caminhada.
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26 de abril de 1998 - Instituto Humanitas Unisinos - IHU