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31 Março 2020

Roseli Correa da Silva. Brasil, †1987.

 

Campesina, em Natalino. Mártir da Terra Livre. Roseli é uma das primeira lutadoras do MST.

Roseli Celeste Nunes da Silva, a Rose, participou da ocupação da Fazenda Annoni, em 1985, junto com o marido José Corrêa da Silva e os filhos. Na época, ela estava grávida de seu terceiro filho, Marcos Tiarajú, nome dado em homenagem ao líder indígena do Rio Grande do Sul, que séculos antes já dizia que aquela terra tinha dono. Tiarajú, a primeira criança que nasceu no acampamento da fazenda, em 28 de outubro de 1985.

Em 31 de março de 1987, Roseli Nunes e outros três trabalhadores Sem Terra foram mortos em uma manifestação na BR 386, em Sarandi, no Rio Grande do Sul. Ela e outros 5.000 mil agricultores protestavam por melhores condições para os agricultores e uma política agrária voltada para os camponeses. Não existia, naquela época, política de crédito para a pequena agricultura.

Foram atropelados por um caminhão que passou por cima da barreira humana que estava formada na estrada ferindo 14 agricultores e matando os três: Iari Grosseli, de 23 anos; Vitalino Antonio Mori, de 32 anos, e Roseli Nunes, com 33 anos e mãe de três filhos.

O filho Marcos Tiarajú foi estudar medicina em Cuba, na ELAM (Escola Latinoamericana de Medicina) onde se formou em 2012.

Voltando ao Brasil, foi trabalhar com as comunidades carentes do município de Nova Santa Rita, no interior do Rio Grande do Sul. A decisão de exercer a medicina vinculada aos movimentos sociais está ligada as suas origens, a sua história e aos compromisso de cuidar da sua gente, valores que sua mãe cultivou aliado aos ensinamentos humanitários que recebeu na ELAM.

 
Marco Tiarajú aparece nos braços de Rose, no filme: "Terra para Rose" e "Sonho de Rose" de Tetê Moraes.

Frase de Rose

"Eu vou continuar aqui, até o fim. espero que quando meu filho esteja grande, tudo isso não seja em vão, que ele tenha um futuro melhor".

ROSELI CELESTE NUNES - Jelson Oliveira, poema do livro: Raízes, Memória dos Mártires da Terra.

Teu nome era perto das rosas
E fez-se um jardim à beira do caminho,
Derivado dos azeites nos arrabaldes da sombra.

Teu nome é um pátio imenso para os meninos.
Um pouso demorado e morno
Para as estrelas acesas e maduras.

Teu nome está cheio de sementes
No ângulo solene das lavouras
Onde se promulga a vida ao longo dos açudes.

Teu nome é um princípio de chuva
E a pedra publicada no relâmpago
E ele mesmo, alastrado no vazio.

Teu nome é teu país. Nuvem toda de silêncio.
Verde feito de esperança, capacitando o vento
Para os dias de primareva...

Texto elaborado por Tonny, da Irmandade dos Mártires da Caminhada